quinta-feira, 15 de setembro de 2011

MPLA realiza marcha no dia 24, data marcada para nova manifestação de jovens em Luanda




RTP - LUSA

O MPLA desafiou hoje em Luanda os organizadores de protestos a conseguirem mobilizar mais pessoas do que as que o partido irá ter numa manifestação a realizar no dia 24.

Para o dia 24 está marcada também uma outra manifestação de um grupo de jovens.

Num encontro convocado hoje pelo Comité Provincial de Luanda do MPLA, com membros de várias direções do partido, para análise da situação política em Angola, o primeiro secretário do comité de Luanda, Bento Bento, considerou que a situação "inspira cuidados especiais", por ser "delicada".

Bento Bento acusou a UNITA, o maior partido da oposição em Angola, de ser o líder, em aliança com alguns partidos da oposição, nomeadamente o Bloco Democrático e alguns Partidos da Oposição Civil (POC`s), de serem os mentores de um plano para "derrubar o MPLA e o seu líder, José Eduardo dos Santos".

"Têm como executivos mais dinâmicos nesta luta o secretário-geral da UNITA, Camalata Numa, o presidente da JURA, Mfuka Muzemba, o Presidente do Bloco Democrático, Justino Pinto de Andrade, David Mendes, que têm outros executores, mas esses são os principais mentores", afirmou Bento Bento.

Segundo este responsável, o plano tem em vista unicamente "sabotar a realização das próximas eleições em Angola".

"Infelizmente entre os executores dessa conjura consta um deputado, que de manhã à noite instiga a sublevação contra as instituições, contra as autoridades e contra o MPLA, o senhor Makuta Nkondo", acusou ainda o político.

Nesse sentido, Bento Bento pediu aos militantes do seu partido para que controlem "milimetricamente" todas as ações da oposição, em especial da UNITA, para não serem "surpreendidos".

De acordo com o primeiro secretário de Luanda do MPLA, a posição liderada pela UNITA decidiu enveredar por "manifestações violentas e hostis, provocando vítimas, inventando vítimas, incentivando a desobediência civil, greves e tumultos, provocando esquadras e agentes e patrulhas da polícia com pedras, garrafas e paus".

"(...) e em reação da nossa polícia pretenderão a arma dos Direitos Humanos para em carreira legitimar uma intervenção estrangeira em Angola, tipo Líbia", denunciou, Bento Bento, considerando que o mais grave é que a direção do MPLA "tem dados da inteligência (informações) nas suas mãos que apontam que a UNITA está prestes a levar a cabo um plano B".

Este plano, prevê "uma insurreição a nível nacional, tipo Líbia, Egipto e Tunísia", sendo as províncias de Luanda, Huambo, Huíla, Benguela e Uíge as visadas.

"Aquilo que o Secretário Geral da UNITA ameaçava em agosto, libializar Angola, fazer de Angola uma segunda Líbia, está consubstanciado no plano B da UNITA, que é a insurreição a nível nacional" realçou Bento Bento, que classificou como "diabólico" o referido plano.

Para Bento Bento, a manifestação do passado dia 03 de setembro, organizada por um grupo de jovens contra o Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que culminou com a detenção de 21 deles e a condenação de 18, foi apenas "um primeiro ensaio bem aproveitado pela UNITA".

"Enquanto a manifestação tinha sido autorizada para o primeiro de maio, um grupo de arruaceiros com pedras e garrafas dirigiam-se ao Palácio Presidencial. Isto é democracia?", questionou.

A UNITA, disse Bento Bento, com essas ações pretende "criar o caos social, impossibilitando a governação do MPLA", usando da experiência da "primavera árabe", passando a "primavera africana".

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