POBRE DEMOCRACIA!

ALBERTO CASIMIRO – JORNAL DA MADEIRA

O mundo está em crise sócio-económica e financeira como nunca terá estado, as potências que formam o famoso G7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo) andam a fazer contas à vida. Países como os EUA, Japão, Alemanha, entre outros, têm dívidas insustentáveis, não há país no mundo que não esteja endividado e a viver acima das suas possibilidades, e Portugal que anda à beira da bancarrota há vários anos quer mostrar à Europa e ao Mundo ser uma "pessoa séria" expondo a sua honradez acima daquelas que são exigidas. Todos os dias chegam notícias a dizer que há uma crescente falência no sistema financeiro mundial. Não temos dúvidas de que há muita coisa mal explicada neste penhorado caos da economia e das finanças na Europa e no Mundo.

A Troika aperta a República, a República aperta a Região, o PS foge às responsabilidades como um judas e o CDS/PP põe-se em bicos de pé por estar no governo à custa dos votos do PSD, incluindo os votos do PSD-Madeira. A primeira traição dos centristas aos madeirenses começa por aqui. Os partidos de esquerda não largam a cassette do costume. A mediocridade e garotada politiqueira vão andar por ai até 9 de Outubro. É a “democracia” no seu melhor! O clone líder do PS nacional, um socrático para pior, não diz nada de nada e mais parece um foguete telecomandado tal como o líder do PS-Madeira. São muitos os jogos de interesses por detrás das palavras e das imagens.

A Troika veio e está a confirmar que Portugal deixou de ser um país livre e plenamente independente. Os governantes portugueses mais parecem subalternos do poder estrangeiro e aceitam a subserviência como um desígnio nacional.

Quem se endivida, quem contrai empréstimos tem responsabilidades, mas quem dá o crédito, quem empresta, tem responsabilidades acrescidas. O pedido de empréstimo é feito mas a avaliação do pedido é feito por quem empresta, particularmente na área do crédito financeiro. As "donas brancas" faziam empréstimos especulando nos juros, os bancos sempre desenvolveram a sua actividade na especulação do mercado financeiro, todos estão lembrados dos juros altos que a banca dava aos depósitos e dos juros altíssimos que a mesma banca aplicava no crédito. Ninguém acredita que elevar os juros da dívida grega para os 69 % será possível a Grécia cumprir com o pagamento da dívida. É por estas e outras que dizemos que há muita farsa e muita comédia por detrás deste cenário de medo em que entrou o sistema financeiro mundial. Há muitos jogos de bastidores e os ricos serão tanto mais ricos quanto mais pobres houver. Os dados estão lançados. A escravatura branca está ai e há políticos sem escrúpulos nesta selvajaria em que se tornou a política e a democracia portuguesas.

Muito sinceramente, recuso-me a aceitar que se venha dizer que a dívida da Madeira é um caso de lesa pátria, quando se sabe que esta mesma pátria tem a maior dívida de toda a sua história e que está muito longe de ter correspondência com o desenvolvimento operado no país, particularmente no continente português. Sempre dissemos e mantemos a opinião (comungada por muitos milhares de madeirenses residentes e na diáspora) que nada é eterno e que se os altos órgãos do poder nacional (Governo, Presidente da República e Assembleia da República) entenderem que a Madeira está a lesar o país, ou tomem a decisão que tomaram em relação às então províncias portuguesas (Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique e posteriormente Timor-Leste) ou dêem luz-verde para a realização de um Referendo sobre o futuro deste arquipélago.

O barulho que os partidos, governos, presidentes da República e outras "colunas" prostituídas fazem para atingir a Madeira e os madeirenses, tenham a coragem de dizer aos portugueses e ao mundo que não suportam mais a Madeira e os madeirenses. Não venham dar lições de como viver e com o discurso da caridade como sempre fizeram ao longo de mais de 500 anos. Os governantes da República de Portugal (chefe de estado e governo) tal como os partidos políticos da esquerda à direita venham admitir a realização de um Referendo sobre o que querem os madeirenses para o seu Arquipélago. A eleição do Dr. Alberto João Jardim, através de maiorias absolutas em todos os actos eleitorais, é por vontade democraticamente expressa dos madeirenses. Quem entende deturpar esta realidade chamando os madeirenses de coitadinhos, que não sabem votar, não merece o mínimo respeito.

Desrespeito pelos madeirenses é o governo da República estar a alimentar palácios, fortalezas, televisão e rádio pública, etc., com custos financeiros que colidem com a vida madeirense. Aqueles ordenados que o governo da República paga aos profissionais da RTP-Madeira é um escândalo, uma ofensa aos madeirenses. Uma absurda paga salarial que se verifica também no quadro da RTP-nacional, como tem sido noticiado por alguns órgãos da comunicação social do continente. Isto acontece na Madeira porque a República tem o poder de nesta área decidir como bem entende, ao ponto de já ter anunciado reduzir de emissão do centro regional.

No politicamente correcto, Portugal perde penosamente o seu secular sentimento de Pátria, Nação com mais de 800 anos. Nos últimos anos, o Estado português tem estado a ser governado por quem revelou não ter sentido de estado e o golpe fatal foi dado pelo próprio Chefe de Estado, o socialista Jorge Sampaio, quando tomou a inédita decisão de dissolver a Assembleia da República para tirar o social-democrata Santana Lopes da chefia do governo (primeiro-ministro) e facilitar a entrada de um socialista, José Sócrates. Com governantes destes agradecem aqueles que não querem o crescimento do país... a troika ao serviço de quem?

Por onde anda José Sócrates? Por onde anda Teixeira dos Santos? etc. etc.

Pobre democracia!

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