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Nova Iorque, 19 set (Lusa) - Portugal é dos maiores defensores de uma posição comum europeia sobre o reconhecimento da Palestina na ONU, de que depende a "voz e influência" da União Europeia, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.
"Os países têm evitado posições unilaterais. Se a União Europeia falar a uma só voz é ouvida e influente", afirmou o ministro à margem dos trabalhos da Assembleia Geral da ONU, que decorre em Nova Iorque.
Os chefes da diplomacia da UE encontram-se na terça feira na sede da ONU, tendo como tema central a evolução da questão do processo de paz do Médio Oriente, depois de o presidente palestiniano ter anunciado que vai pedir, na sexta-feira, o reconhecimento da Palestina através do Conselho de Segurança.
O pedido conta com a oposição e, se chegar a ser votado, com o veto anunciado dos Estados Unidos, que têm tentado demover a liderança palestiniana deste objetivo, que consideram lesivo para o processo de paz.
Segundo Paulo Portas, até hoje não havia nenhum texto de resolução conhecido sobre a Palestina, e ainda decorrem os esforços de concertação conduzidos pela Alta Representante da UE para a Política Externa, Catherine Ashton, pelo que todos os esforços estão concentrados em encontrar uma solução consensual.
"Portugal é dos países que mais firmemente tem defendido que a UE possa e deva ter uma atitude comum, que fale com uma voz consensual, e por isso mesmo ouvida e respeitada no sentido de aproximar posições", disse Portas.
Condições "absolutamente básicas" para um acordo que conduza à estabilidade na região são a coexistência dos Estados palestiniano e israelita, sendo que "a segurança de Israel é uma questão muito importante".
"O que se procurou foi encontrar uma solução que seja construtiva e não confrontacional, o que implica muita diplomacia, muito trabalho", afirma.
O resultado será conhecido na terça-feira, quando Ashton reportar aos chefes de diplomacia europeus o ponto de situação dos contactos que tem mantido com a liderança palestiniana, israelita e de outros países da região.
"Para além de sabermos o que acontece no dia da votação [de uma resolução sobre a Palestina], se houver votação, é preciso também saber o que acontece no dia seguinte. Queremos que haja uma mesa, uma negociação, um calendário e uma vontade firme das duas partes em querer negociar", afirmou Paulo Portas.
Certas são as implicações destas negociações para a segurança no Médio Oriente e no mundo, e que se chegou a um ponto de "enorme cansaço com a falta de reuniões conclusivas" entre palestinianos e israelitas.
*Foto em Lusa
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