domingo, 25 de setembro de 2011

Portugal ONU: Passos Coelho defende reconhecimento da Palestina depois de acordo de paz





O primeiro-ministro português defendeu hoje, na Assembleia-Geral da ONU, a criação de um Estado Palestiniano, desde que o acordo de paz entre palestinianos e isrealitas seja assinado e se a comunidade internacional se comprometer com a segurança de Israel.

Pedro Passos Coelho intervinha no debate anual das Nações Unidas um  dia depois de a Palestina entregar um pedido de reconhecimento como membro  de pleno direito da organização, que já foi encaminhado para o Conselho  de Segurança.

A iniciativa palestiniana "deve ser o resultado e a consequência lógica  da conclusão das negociações, pelo que entendemos que se trata de uma manifestação  de interesse que se materializará quando o acordo de paz for celebrado",  disse Passos Coelho, em português, na primeira intervenção no plenário anual  da ONU.

A opção preferida pelos países da União Europeia, e que Passos Coelho  sublinhou na intervenção, é um estatuto intermédio para a Palestina junto  da ONU, de Estado não membro, enquanto prosseguem negociações diretas com  Israel.

Esse estatuto, referiu, "traduziria um passo importante para a criação  do novo Estado. E significaria um compromisso acrescido dos Palestinianos  com o processo das negociações, reforçando a sua confiança na via para o  acordo de paz definitivo e global".
  
Portugal, atualmente membro do Conselho de Segurança, irá neste processo  usar a sua "sensibilidade singular no diálogo com o Médio Oriente", dando  prioridade a uma posição europeia conjunta que "faça pontes e facilite compromissos",  conduzindo à criação de um Estado palestiniano, mas à "segurança de Israel".

Das "primaveras árabes", Passos Coelho evocou Egito, Tunísia e em particular  a Líbia, a que Portugal continuará a "dar o seu contributo para o êxito  da transição" democrática, no Conselho e Comité de Sanções, a que preside.

"Portugal viveu a sua transição democrática em 1974. Estamos disponíveis  para partilhar aquela experiência também como expressão da nossa solidariedade  e encorajamento", disse.
  
"Um elemento importante desta nossa experiência foi, aliás, a contribuição  e a participação plena e em plano de igualdade das mulheres portuguesas  no processo político pós-revolução", adiantou Passos Coelho.

O primeiro-ministro defendeu ainda uma tomada de posição do Conselho  de Segurança contra a Síria, que está a ser negociada há meses sem êxito,  para pôr fim a uma "degradação da inaceitável e insustentável" situação.

"Muitos inocentes continuam a pagar na região  1/8do Médio Oriente 3/8 um  preço alto pelas suas legítimas aspirações. (...) Exortamos o Governo sírio  para que ponha fim à violência e à repressão das legítimas aspirações democráticas  do seu povo", adiantou. 
A transição no Médio Oriente, afirmou, torna também "ainda mais evidente  o impasse que se verifica no dossier nuclear iraniano".

"Urge que Teerão entenda que é tempo de mudança, que é tempo de cooperar  no seu interesse e a bem da paz e da segurança internacionais", adiantou  Passos Coelho.

Na intervenção de cerca de 20 minutos, defendeu ainda uma maior cooperação  entre a ONU e organizações regionais -- União Europeia, União Africana,  Liga Árabe e também Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que  "tem uma forte vocação para o reforço do multilateralismo, ao serviço da  paz, da segurança e da democracia". 

Sem comentários:

Mais lidas da semana