domingo, 25 de setembro de 2011

Cadáveres descobertos em vala comum na Líbia são de presos assassinados em Abu Salim




SIC NOTÍCIAS - LUSA

Os cadáveres descobertos hoje numa vala comum  em Tripoli são de detidos na prisão de Abu Salim que foram assassinados  em 1996 pelo regime de Kadhafi, confirmou hoje o porta-voz do Conselho Militar de Tripoli. 

Numa conferência de imprensa, Khaled Cherif, porta-voz das forças armadas  das novas autoridades líbias, explicou que a vala comum foi descoberta graças  a informações fornecidas por pessoas próximas ao regime de Kadhafi e que  há 15 anos terão participado no massacre.
  
Depois de terem sido sujeitos a um interrogatório, as pessoas próximas  do ex-líder líbio disseram que os corpos foram enterrados entre 1996 e 2000  no solo do estabelecimento prisional e que, posteriormente, foram desenterrados  e voltados a enterrar numa vala comum no exterior.
 
O porta-voz Conselho Militar de Tripoli adiantou aos jornalistas que  as estimativas apontam para 1.270 presos assassinados, acrescentando que  já começaram as operações para exumar os cadáveres.
 
Adiantou que o Conselho Nacional de Transição, que governa Líbia depois  de depor Muammar Kadhafi, não tem de momento os meios necessários para poder  identificar os cadáveres, que terão sido pulverizados com produtos químicos  para dificultar a identificação.
 
O porta-voz pediu ajuda aos organismos internacionais e afirmou que  a Cruz Vermelha irá enviar dia 6 de outubro uma equipa de peritos a Tripoli.

A prisão de Abu Salim tem uma reputação sinistra. Opositores do regime  asseguram que foram torturados sistematicamente naquele local.
  
A prisão também abrigou presos acusados de pertencerem ao Grupo Islâmico  Líbio de Combate (GICL) que terá promovido uma tentativa de rebelião entre  a população prisional, que terminou com o massacre de 1996.
 
Nesse massacre, um dos maiores da história do país, foram mortas mais  de 1.200 pessoas. 
No final de agosto, quando as forças anti-Kadhafi assumiram o controlo  de Tripoli, os habitantes que moram perto deste complexo prisional abriram  as portas e libertaram centenas de reclusos. 

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