... da construção civil a abandonar o país
PLI - LUSA
Vila Real, 19 set (Lusa) - O Sindicato da Construção de Portugal alertou hoje o Governo para a "maior vaga de sempre" de trabalhadores do setor que estão a abandonar o país por não terem mais trabalho em Portugal.
"São mais de 200 trabalhadores por dia que estão a abandonar o país", afirmou o presidente do sindicato, Albano Ribeiro, à saída de uma reunião que decorreu hoje manhã no Ministério da Economia, em Lisboa.
O dirigente sindical foi recebido pelo adjunto do secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, João Dentinho, numa audiência que teve como objetivo alertar para a crise que afeta o setor da construção em Portugal e para a suspensão das obras na Autoestrada do Marão.
Albano Ribeiro adiantou ainda que, até ao final do ano, "mais de 30 mil" trabalhadores vão abandonar o sector da construção civil, porque "há medida que as obras vão sendo concluídas não há alternativas de emprego".
Referiu que, neste momento, se o Governo quisesse avançar com a construção da terceira travessia do Tejo, Aeroporto e TGV, Portugal "não tinha trabalhadores da construção civil suficientes no país para avançar com essas infraestruturas".
Para contrariar esta crise, o sindicato apresentou algumas propostas ao Governo que, a serem materializadas, criariam, nas contas de Albano Ribeiro, "mais de 130 mil postos de trabalho".
O responsável defendeu uma aposta na requalificação de estradas secundárias, isto depois de o país estar agora bem servido de autoestradas.
"Em termos de estradas secundárias, temos milhares de quilómetros que precisam de uma intervenção ou requalificação rápida, o que criaria cerca de 30 mil postos de trabalho", sustentou.
Depois, existem ainda "milhares de quilómetros de saneamento básico para fazer, o que criaria 20 mil postos de trabalho".
Albano Ribeiro defendeu ainda a requalificação urbana, uma aposta necessária numa altura em que existem cerca de 300 mil casas para vender e não há poder de compra por parte dos portugueses, e da rede escolar.
"São medidas economicamente suportáveis para o país", concluiu.
O dirigente espera ter conseguido sensibilizar o Governo para esta matéria e deixou como exemplo os Estados Unidos que, também em crise, estão a apostar nas obras públicas.
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