Presidente aguarda regresso de PM para decidir sobre demissão do chefe das Forças Armadas

MSE - LUSA

Díli, 07 set (Lusa) -- O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse hoje que vai esperar que o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, regresse ao país para ver "quais os passos a seguir" após o pedido de demissão do chefe das Forças Armadas.

"Aguardo a vinda do senhor primeiro-ministro e ministro da Defesa (Xanana Gusmão) para conversarmos e ver quais os passos a seguir após o pedido de resignação do general Taur Matan Ruak", afirmou aos jornalistas, em conferência de imprensa.

O Presidente de Timor-Leste esteve hoje de manhã reunido com o general Taur Matan Ruak, que apresentou na passada sexta-feira a demissão do cargo de chefe das Forças Armadas, e que hoje saiu do encontro sem fazer declarações à imprensa.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro timorense, que também tutela a pasta da Defesa, viajou para uma visita oficial à Nova Zelândia e a Vanuatu, devendo regressar ao país no dia 15.

"Posso confirmar o que já é sabido publicamente que é o desejo do general de se afastar das Forças Armadas, argumentando que é altura, depois de mais de três décadas a servir o país e de dez anos na chefia das Forças Armadas, de ceder lugar a outro", disse o chefe de Estado timorense.

Questionado sobre se o vice-chefe das Forças Armadas timorense, brigadeiro general Lere Anan Timur, é um candidato à chefia das Forças Armadas, José Ramos-Horta disse que "será um dos prováveis nomes a serem apontados" pelo Governo.

"O general Lere é também uma pessoa de total confiança, de grande combatividade, de grande dedicação ao país e coragem, se se confirmar a saída do general Taur Matan Ruak, ele será um dos prováveis nomes a serem apontados", afirmou.

"Há outros provavelmente, mas o Governo é que me terá de apresentar os vários nomes e nós em conjunto, e em consulta com a chefia das forças armadas, decidirmos", disse.

José Ramos-Horta disse também que tem a intenção de se reunir, "talvez para a semana", com todo o Estado-Maior das Forças Armadas timorenses para conversar sobre o atual estado das forças armadas e do país.