quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Angola: Líder da UNITA falou com Presidente angolano sobre crescente tensão social no país




NME - LUSA

Luanda, 19 out (Lusa) - O líder da UNITA, Isaías Samakuva, foi hoje recebido em audiência pelo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, e ponto forte do encontro foi a crescente tensão social que se verifica no país.

Em declarações à imprensa no final do encontro, Isaías Samakuva disse que este encontro surge na sequência de uma recomendação saída da quarta reunião da Comissão Política Unita realizada no mês passado na província do Huambo.

Segundo Samakuva, na reunião com o Presidente angolano foi analisada a situação do país, sobretudo a crescente tensão social que Angola tem conhecido, uma assunto acharam conveniente debater com o Presidente da República, na qualidade de Chefe da nação angolana. "Na nossa maneira de ver achamos que ele (PR) é que deve encontrar as formas de reduzir e acabar mesmo com essa tensão social, que resulta, na nossa maneira de ver, dos níveis elevados de pobreza e da não satisfação daquilo que são as necessidades do povo", disse Isaías Samakuva.

De acordo com o líder da maior força política da oposição em Angola, José Eduardo dos Santos ouviu atentamente as preocupações e compreendeu a necessidade de um trabalho conjunto no sentido de "reduzir esta tensão".

"Naturalmente que, onde há várias pessoas não se pode, dizia o Presidente, satisfazer a todos, mas há de facto necessidade de se trabalhar nesse sentido e aí foi mencionada a necessidade do diálogo, que nós sempre defendemos e recomendamos vivamente ao senhor Presidente", referiu.

Isaías Samakuva disse ainda que abordou com José Eduardo dos Santos as várias formas de cooperação para a resolução de alguns problemas, sublinhando que o clima permanente de desconfiança não beneficia o processo.

"Aqui no nosso país não há diálogo, não se dialoga, há é desconfianças permanentes, nós por exemplo, e mencionamos isso, somos permanentemente acusados de estarmos a fomentar manifestações, que são um direito do povo e constitucional", referiu Samakuva.

O político afirmou que a UNITA se solidariza com os que fazem as manifestações, mas garantiu que nenhuma foi organizada partido, não significando que não o possam vir a fazer.

Samakuva sugeriu que ao invés de deixar as pessoas manifestarem-se, o Governo procure "antecipar as soluções" que evitem isso.

O líder da UNITA reconheceu o trabalho feito pelo governo desde o final da guerra, em 2002, todavia, para si, o que tem sido feito é "insuficiente".

"As necessidades são muitas, há pobreza por todo o lado, o problema da água e da saúde são reais e às vezes em coisas mínimas que podiam ser resolvidas de antemão", disse o líder da UNITA.

Nesse sentido, Isaías Samakuva solicitou ao Chefe de Estado angolano que a Unita também seja vista como parceiro, que também tem ideias e vontade de ver o país a desenvolver-se, apelando a uma abertura de espaço para o diálogo.

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