quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Brasil: Garotinho acusa Cabral de trabalhar para o Rio perder os royalties do petróleo




CORREIO DO BRASIL - do Rio de Janeiro e Brasília

Ex-governador do Estado do Rio, o deputado Anthony Garotinho classificou de “um ato de desespero” do atual governador fluminense, Sérgio Cabral, a atitude de colocar “a faca no pescoço” da presidenta Dilma Rousseff.

Ele se refere à questão dos royalties do petróleo, que poderão ser redistribuídos para outros Estados da Federação. O Congresso adiou, na véspera, a votação que poderia derrubar o veto presidencial à Emanda Ibsen Pinheiro, um dispositivo constitucional capaz de alterar a forma como os recursos obtidos com a prospecção de petróleo são divididos no país. Cabral, segundo Garotinho, estaria colaborando “sabe-se lá com que interesses” para a derrota do Estado na questão.

Um interlocutor da presidenta, falando a jornalistas antes do embarque para o giro pela Europa, onde se encontra nesta quarta-feira, teria afirmado que Dilma reconhece a necessidade de buscar um um acordo para evitar uma crise federativa, mas não teria aprovado a ameaça que Cabral lançou em entrevista a um diário carioca. Ele afirmou que “se o Rio for prejudicado, Dilma terá uma tragédia eleitoral no Estado”. A entrevista foi publicada no domingo.

– Não dá para dar ultimato, fazer ameaças. Dilma não é Lula. Tem que tratar como parceiro. O Planalto quer ajudar, mas sem ameaças – disse o assessor da Presidência, na condição de anonimato.

Na edição desta quarta-feira do Blog do Garotinho, ele afirma ser “inacreditável o comportamento inadequado de Cabral desde o início da história dos royalties“.

“Na primeira votação em que o Rio foi derrotado na Câmara, Cabral estava na Europa uma semana antes. Voltou atacando as bancadas dos outros Estados, fazendo ameaças na mídia, não negociou com ninguém e então sofremos a primeira derrota. Depois veio a votação no Senado. Cabral estava em Buenos Aires passeando com a mulher, Adriana Ancelmo. Foi a segunda derrota do Rio. Agora, na semana em que as negociações estavam a todo o vapor, como relatei aqui no blog, a bancada federal do Rio estava reunida na Câmara e nem os mais próximos de Cabral conseguiram contato com ele. Estava em Londres, mais uma vez passeando com a mulher. Voltou na semana passada e aí quando tomou pé finalmente da situação entrou em desespero. Agora ameaça a presidente Dilma”, acrescenta Garotinho.

Pessoas próximas à presidente Dilma, ainda segundo Garotinho, consideram que Cabral não colocou “a faca no pescoço”, mas “deu uma facada pelas costas”, afirmou.

Garotinho levanta, ainda, a hipótese de que Cabral, “como dizem alguns em Brasília, não estaria fazendo o jogo para o Rio sair perdendo, sabe-se lá com que interesses”.

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