AYAC - LUSA
Chimoio, 23 out (Lusa) - O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, disse hoje não haver "motivos para fome no país", e apelou para o aproveitamento do manancial dos recursos naturais disponíveis para a produção agrária e que assegure auto-suficiência.
Armando Guebuza, que falava hoje em Catandica, província de Manica (centro), no lançamento oficial da campanha agrária 2011/2012, disse que Moçambique tem potencialidade agro-ecológicas propícias ao desenvolvimento de uma agricultura competitiva e capaz de colocar o país no mapa do mercado internacional de exportações.
"Com aqueles que valorizam a terra, a água, os rios disponíveis, não há motivos para continuar com fome. Devemos fazer da agricultura uma alavanca para o desenvolvimento da economia nacional e alcance da segurança alimentar e nutricional", disse Guebuza, durante um comício popular.
Cerca de 400 mil famílias, a maioria usando mecanismos agrícolas rudimentares como charruas e enxadas serão envolvidas na presente campanha agrária, que prevê semear oito mil toneladas de sementes diversas, sobretudo cereais e hortícolas. Em Moçambique mais de metade da produção agrícola provém do setor familiar.
O governo aprovou em maio um Plano Estratégico para o Desenvolvimento Agrário, que define como linhas de intervenção o aumento da produtividade agrária, com a construção e reabilitação de infra-estruturas de irrigação. O plano inclui a promoção de acesso a sementes melhoradas, ao mercado e reforço da comercialização.
A agricultura em Moçambique ainda carece de financiamento para sair da estagnação do sector familiar para a produção industrial. O sector ainda recebe menos de 15 por cento do orçamento geral.
"Requer vontade política para acabar com os preços e instabilidades de alimentos. Os agricultores devem ser apoiados com incentivos à produção, sendo necessário maior investimento na área agrícola", disse Júlio José de Castro, representante da FAO em Moçambique, durante a cerimónia.
Moçambique prevê produzir nesta campanha agrária 2.33 milhões de toneladas de milho, numa área de 1.9 milhões de hectares, 438.574 toneladas de mapira (em 730.956 hectares), 730.956 toneladas de mexoeira (em 110.520 hectares), 307.019 toneladas de arroz (em 255.849 hectares) e 22.551 toneladas de trigo (em 17.347 hectares).
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