terça-feira, 18 de outubro de 2011

Timor-Leste: GOVERNO PORTUGUÊS DISPONÍVEL PARA QUE GNR CONTINUE




TQ - LUSA

Lisboa, 18 out (Lusa) - O ministro da Administração Interna manifestou hoje, em Lisboa, a "disponibilidade" do Governo português para cooperar com Timor-Leste no sentido de ser possível que a presença da GNR naquele país prossiga para além de 2012.

"É evidente que Portugal tem manifestado essa disponibilidade para a cooperação, dentro evidentemente do que são as nossas possibilidades, mas nunca esquecendo que Timor-Leste é um país especial no afeto dos portugueses", disse Miguel Macedo, quando interrogado pelos jornalistas sobre a vontade do Governo de Timor-Leste para que a GNR continue no país para além de 2012, quando terminará a missão de segurança da ONU em que se integra.

"Aquando da visita do primeiro-ministro e ministro da Segurança de Timor-Leste, recentemente realizada a Portugal, tivemos oportunidade, em nome do Governo português, de assinar um acordo bilateral em matéria de segurança, em vários domínios, e nesse âmbito ficou de se estudar e pormenorizar os aspetos nos quais desenvolveríamos depois bilateralmente a cooperação com Timor-Leste", que engloba a presença da Guarda Nacional Republicana (GNR) no país, adiantou Miguel Macedo.

O titular da Administração Interna falava, no Quartel de Santa Bárbara, à margem da cerimónia de despedida do 12.º contingente do Subagrupamento Bravo da GNR, que vai partir para Timor-Leste, integrado a missão de segurança das Nações Unidas.

Hoje partiram para Timor-Leste 12 elementos do contingente, sendo que o restante de um efetivo de 140 parte no dia 27 deste mês, para substituir outros 140, que regressam a Portugal nos dias seguintes.

O 12.º contingente é constituído por três pelotões operacionais, um pelotão de apoio e serviços, uma secção de operações especiais, um grupo de engenhos e explosivos e outro de instrução.

Os militares que compõem o 12.º contingente vão continuar, durante seis meses, a missão de ajuda na restauração da paz e ordem pública em Timor-Leste, apoiando a Polícia Nacional na sua reconstituição, formação e treino.

A GNR, através do Subagrupamento Bravo, encontra-se desde 26 de agosto de 2006 empenhada na missão estabelecida pelas Nações Unidas para Timor-Leste.

Dirigindo-se aos elementos do contingente, que integra também mulheres, o ministro da Administração Interna disse no seu discurso: "Aquilo que venho testemunhar, em nome do Governo português, é a importância decisiva do trabalho que vão desenvolver em Timor-Leste. Vão, de resto, encontrar um país perto de um ato de grande significado: no próximo ano em Timor-Leste realizam-se eleições e está previsto o fim da missão das Nações Unidas".

Ao referir a continuação do apoio da GNR na formação e estruturação da Polícia Nacional de Timor-Leste, Miguel Macedo realçou que se trata de "um trabalho decisivo na consolidação de um novo Estado, o Estado amigo de Timor-Leste".

Miguel Macedo disse, também, que o chefe do Governo timorense, Xanana Gusmão, na sua recente deslocação a Portugal, manifestou às autoridades portuguesas "o relevantíssimo papel que a GNR tem desenvolvido" em Timor-Leste", granjeando "o apreço e alta consideração" das populações.

Na cerimónia de despedida do contingente, o comandante-geral da GNR, general Newton Parreira, também destacou o "excelente trabalho" realizado em Timor-Leste pelos militares da corporação, contribuindo para "a consolidação do Estado de direito em Timor-Leste".

1 comentário:

Anónimo disse...

A ÚNICA.

1 ) Desgraçadamente é esta a única missão militar-policial de envergadura de Portugal a nível internacional, em relação à qual existe um mínimo de dignidade, de coerência histórica e de bom senso humanitário.

2 ) Em todas as outras "missões", Portugal veste a roupagem dum desprezível mercenário à disposição dos grandes falcões, nos Balcãs, no Iraque, ao largo da Somália e no Afeganistão sobretudo.

3 ) É evidente que a relativamente satisfatória missão em Timor é insuficiente para "apagar" a mancha do mercenarismo português a coberto da NATO.

4 ) Essa mancha é tanto mais condenável quando, ao mesmo tempo que jovens portugueses são mobilizados para dilatar a fé e o império anglo-saxónico, a sociedade portuguesa sofre os traumas impostos por esse mesmo império e suas tão mal paradas e digeridas finanças.

5 ) Portugal está-se a reduzir cada vez mais à condição dum instrumento mercenário, quando o seu próprio povo é castigado pelos interesses omnipresentes da aristocracia financeira mundial, aliada às elites políticas e económicas nacionais.

6 ) Compreende-se agora melhor que nhunca a razão da ditadura de Salazar ter sido o único fascismo aceite na fundação da NATO: 60 anos depois, uma tenebrosa ditadura financeira, aquela que move o império impõe o fim da soberania das "velas" nações europeias e Portugal é um dos primeiros sinais dessa decadência e desse colapso!

Martinho Júnior.

Luanda.

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