PAL - LUSA - RTP
O embaixador palestiniano em Portugal, Mufeed Shami, confirmou a visita "em breve" a Lisboa do presidente da Autoridade Palestiniana durante uma deslocação à Europa no quadro do pedido de adesão de um Estado da Palestina à ONU.
"Esperamos que a visita ocorra em breve. (Abbas) visitará alguns países da América Latina e da Europa (e) apresentará a posição palestiniana em relação ao nosso pedido às Nações Unidas", disse à agência Lusa.
Sexta-feira, Fayez Al-Saqqa, membro do Conselho Legislativo Palestiniano, disse à Lusa em Ramallah (Cisjordânia) que o presidente da Autoridade Palestiniana visitaria Portugal em outubro, não precisando datas.
Mahmud Abbas apresentou no passado dia 23 um pedido de adesão de um Estado da Palestina como membro de pleno direito das Nações Unidas, que está a ser analisado pelo Conselho de Segurança.
Portugal, membro não permanente do Conselho de Segurança desde janeiro, ainda não divulgou qual vai ser o seu voto, defendendo uma posição comum da União Europeia e a importância das negociações entre palestinianos e israelitas.
Mas Mufeed Shami assegurou que os palestinianos não têm dúvidas sobre a posição de Portugal.
"Portugal (...) sempre esteve com a legitimidade internacional e a lei internacional e com base nisso sempre esperámos que Portugal apoiasse a Palestina", disse o diplomata.
Mufeed Shami considerou que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, "foi muito claro" e demonstrou "o seu apoio" no discurso que fez na Assembleia-Geral da ONU há pouco mais de uma semana.
"Sobretudo quando referiu que o conflito israelo-palestiniano não precisa de um novo roteiro, não precisa de novas fórmulas" e que "toda a gente sabe a solução e que ele é a favor do estabelecimento de um Estado palestiniano independente nas linhas de 1967", adiantou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano, Riyad al-Malki, disse quarta-feira que o pedido contava com oito votos favoráveis dos 15 membros do Conselho e que se procurava obter o apoio de países como "Bósnia, Colômbia e Portugal".
Para ser aprovado, o pedido de adesão necessita de uma maioria de nove votos e de não ter qualquer veto dos membros permanentes do Conselho -- Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China.
Washington prometeu vetar, se necessário, a proposta palestiniana, mas espera poder evitá-lo para não arriscar as suas relações com o mundo árabe.
Questionado sobre se a posição da administração norte-americana tinha desiludido os palestinianos, Mufeed Shami não respondeu diretamente.
"A América está à beira de eleições, parece que o conflito israelo-palestiniano é um assunto desta vez nas eleições. E sabemos, é um facto que a América apoia sempre Israel", comentou.
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