O Presidente da República, no discurso desta quarta-feira durante as comemorações do 101º aniversário da implantação da República, em Lisboa, avisou que "o tempo das ilusões" acabou e que os portugueses terão que fazer "os maiores sacrifícios desta geração".
"Estamos todos confrontados com uma situação que exige vários sacrifícios. Provavelmente, os maiores sacrifícios que esta geração teve que fazer", alertou Cavaco.
"Os tempos são dificeis. Mas os tempos difíceis tornam-nos mais fortes, mais conscientes e mais realistas. Agora temos que aprender a viver de acordo com as nossas possibilidades", acrescentou o Presidente da República. Na opinião de Cavaco, Portugal perdeu "muitos anos na letargia do consumo fácil" e que agora "o valor republicano da austeridade digna" deve ser redescoberto. "Acabou o tempo das ilusões", avisa.
Cavaco chamou a atenção também para as "intoleráveis assimetrias" existentes em Portugal, pedindo uma repartição mais justa da riqueza. "Em momentos como este, diminui a tolerância dos cidadãos para o despesismo público", disse o presidente, que afirma que os portugueses exigem uma "mudança profunda na acção política".
"A disciplina orçamental será dura e inevitável", acrescentou ainda Cavaco Silva, chamando no entanto a atenção para a necessidade de crescimento e desenvolvimento económico. "Só produzindo mais e com mais qualidade é que podemos viver melhor", conclui.
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