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Luanda, 14 nov (Lusa) - A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) adiou para dezembro o seu III Congresso, originalmente marcado para o final deste mês, por falta de dinheiro, anunciou hoje em Luanda o seu porta-voz.
A reunião magna deste partido histórico angolano, que elegeu três dos 220 deputados eleitos nas legislativas de 2008, estava marcado para decorrer em Luanda, entre os dias 22 e 25 deste mês, mas foi agora adiado para os dias 20 a 22 de dezembro.
Segundo Ndonda Zinga, o adiamento visa garantir a realização "condigna" do congresso.
O anúncio foi feito em conferência de imprensa que serviu para apresentar o comunicado saído da reunião da Comissão Política Permanente do partido, liderada pelo presidente do partido, Ngola Kabango.
No comunicado distribuído aos jornalistas o motivo do adiamento deve-se a "razões técnicas".
Mais adiante, o documento refere que a Comissão Política Permanente pede aos "militantes e amigos do partido o reforço das suas contribuições", para que os 110 mil dólares (cerca de 80 mil euros) necessários para a realização do congresso sejam atingidos até à data do conclave.
Segundo o porta-voz do partido, 80 por cento do valor necessário está garantido, sendo que até à sua realização acreditam que os restantes 20 por cento serão alcançados.
"O congresso está preparado a 90 por cento. A verba que falta é a que serve para alojamento, alimentação e transporte dos delegados ao congresso", acrescentou Ndonda Zinga, acrescentando que este é o congresso "possível", nas condições em que o partido se encontra, com as suas contas bancárias bloqueadas.
Do total de delegados ao congresso, 854 já foram eleitos pelas assembleias gerais de cada província, mas falta eleger mais 76: Namibe, Moxico, Kuando Kubango, Lunda Norte, Lunda Sul, Cunene, Cabinda (seis cada uma destas províncias), Huíla (nove), Malange (15) e Cuanza Sul (10).
A FNLA, fundada por Holden Roberto, atravessa desde 1999 uma profunda crise interna.
Uma recente decisão do Tribunal Constitucional retirou a Ngola Kabango a sua legitimidade como presidente do partido, reconhecendo a presidência do sociólogo Lucas Ngonda, líder de uma das alas do partido.
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