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Cidade da Praia, 26 nov (Lusa) - Cabo Verde quer ver criada uma força militar de manutenção de paz conjunta formada pelos oito estados membros da CPLP, assunto que vai ser abordado na 13.ª reunião dos ministros da Defesa dos "oito".
A reunião, que decorrerá segunda e terça-feira na ilha cabo-verdiana do Sal, juntará os titulares das pastas da Defesa de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, enquanto Timor-Leste estará representado pelo respetivo secretário de Estado.
Sobre a força de paz, o ministro da Defesa cabo-verdiano, Jorge Tolentino, disse hoje à Agência Lusa que Cabo Verde vai continuar a defender essa ideia junto dos seus homólogos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), embora admita que haja dificuldades "institucionais e constitucionais" nalguns deles.
"Há países claramente favoráveis à ideia, mas há outros que têm dificuldades nos planos institucional e constitucional, que tornam mais complicada a possibilidade de participar nesse tipo de força. Mas a ideia continua sobre a mesa e é um dos pontos que será abordado na reunião do Sal", sublinhou.
Jorge Tolentino, que assumirá a presidência do Fórum de Defesa dos "oito" ao longo do próximo ano, garantiu que, não obstante as dificuldades, o arquipélago "continua favorável" à constituição da força conjunta e que vai defendê-la na reunião.
Sobre a reunião, o governante cabo-verdiano admitiu que os "constrangimentos financeiros" atuais, decorrentes da crise económica internacional, vão condicionar, de futuro, as iniciativas conjuntas programadas, salientando, porém, que "não haverá perda" de eficácia.
"Vamos é ter de ser mais criativos, saber conversar mais de perto uns com os outros e provocar sinergias entre os "oito". Há uma margem enorme de capacidade de trabalho em conjunto que ainda não foi explorada, como na formação de quadros, que não exigirá investimentos avultados, e de exploração das capacidades que cada um dos estados membros já tem", sustentou.
Os constrangimentos financeiros são, também, a razão pela qual Cabo Verde vai propor a redução das reuniões semestrais do Secretariado do Fórum dos Ministros da Defesa da CPLP, para se proceder, simultaneamente, ao balanço das atividades do ano anterior e a perspetivar as ações para o ano seguinte.
Outra questão passa pela reformulação da parte mais visível da cooperação entre os "oito", os Exercícios Felino.
"Este é um cenário que está sobre a mesa. O próximo exercício será, em 2012, na Guiné-Bissau. Mas vamos ter de falar, sem pejo, da periodicidade dos exercícios. É a esse nível que o problema dos constrangimentos financeiros mais se coloca", frisou Jorge Tolentino.
A eficácia será salvaguardada e dará resposta às dificuldades financeiras. Vamos ter algum cuidado na projeção das atividades e sobretudo na atribuição de um grau de maior capacidade de coordenação à presidência em exercício, para que o programa seja cumprido sem sobressaltos", referiu.
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