quarta-feira, 30 de novembro de 2011

CPLP/Defesa: Componente de intervenção humanitária saiu reforçada - Aguiar Branco



JSD - LUSA

Santa Maria, Cabo Verde, 29 nov (Lusa) - A ideia de a CPLP avançar na componente de intervenção humanitária no quadro das Nações Unidas e em benefício de missões de paz saiu reforçada na 13.ª reunião dos ministros da Defesa dos "Oito", hoje terminada em Cabo Verde.

Em declarações à Agência Lusa, o ministro da Defesa português, José Pedro Aguiar Branco, presente no encontro de dois dias que decorreu em Santa Maria, na ilha do Sal, admitiu implicitamente ser ainda cedo para a criação de uma força de manutenção de paz conjunta da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Na reunião "foi reforçada a ideia da componente de intervenção humanitária em benefício de missões de paz", disse Aguiar Branco, exemplificando com a participação de Portugal numa missão de paz da ONU no Líbano, que contará, no primeiro semestre de 2012, com 12 militares timorenses.

"A ideia avançou no ponto de vista da avaliação do modo como será concretizada, no âmbito das organizações humanitárias ou no das Nações Unidas", referiu, recorrendo novamente ao exemplo com Timor-Leste.

"Pela primeira vez, um contingente português vai integrar 12 soldados timorenses, o que tem uma carga simbólica muito significativa na cooperação bilateral, sobretudo numa missão da ONU no Líbano. É uma experiência pioneira", disse o ministro, para quem "é por aí que também entra a racionalização de meios na cooperação técnico-militar entre os Estados membros da CPLP, que terá, num contexto de crise, a necessidade de reforçar as intervenções conjuntas que permitam uma gestão mais eficiente de meios".

Para Aguiar Branco, "é importante, hoje, fazer mais com menos e essa realidade foi patente. Tem de se encontrar, a nível do planeamento estratégico, um reforço que permita que a definição das missões e objetivos da CPLP seja mais consequente", como afirmou.

"É uma abordagem que reforça, multilateralmente, a importância de uma organização como esta, transcontinental, num momento em que o mundo está estranho e é importante encontrar pontos comuns e combater as dificuldades", acrescentou.

Sobre o processo de estabilização na Guiné-Bissau, tema analisado também na reunião em Santa Maria, Aguiar Branco destacou a forma como a CPLP pode desenvolver um trabalho que conduza ao fim do círculo vicioso em que o país entrou.

"Não se dá apoio porque a situação não permite e a situação não muda porque o apoio não vem", sintetizou, defendendo que a solidariedade de todos os Estados da CPLP pode ajudar a desbloquear o impasse e que a organização lusófona transmitiu hoje à comunidade internacional uma mensagem forte.

"A vontade expressa, e essa é uma mensagem política forte, é que a Guiné-Bissau precisa do nosso apoio para encontrar soluções de estabilidade. É uma preocupação manifestada por todos no empenho, multilateral e bilateral, para a execução de programas", salientou.

Após participar no fórum ministerial de Defesa da CPLP, Aguiar Branco começa quarta-feira uma visita oficial a Cabo Verde, visitando primeiro instalações militares no Sal, São Vicente e Cidade da Praia, onde assinará, quinta-feira, um protocolo de cooperação com Cabo Verde.

*Foto em Lusa

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