As mídias sociais chegaram a um novo patamar em Cuba na terça-feira quando Mariela Castro, filha do presidente cubano, Raúl Castro, começou a tuitar e rapidamente se envolveu em uma briga com a blogueira dissidente Yoani Sánchez, no Twitter.
Mariela Castro chamou de “parasitas deploráveis” Yoani e outros que aparentemente se opunham a ela, em uma breve troca de mensagens que pode ter sido o primeiro confronto direto entre a dissidente e um membro da família Castro, após anos de animosidade.
Yoani, que critica com regularidade a falta de liberdades no país comunista, em seu blogue “Generación Y”, conhecido internacionalmente, deu início à disputa ao enviar tuites em que dava as boas-vindas a Mariela à “pluralidade do Twitter”, onde “ninguém pode me calar, me negar permissão para viajar ou bloquear minha entrada”.
-Quando é que nós cubanos sairemos de nossos armários?-, perguntou, referindo-se à campanha de Mariela pelos direitos dos homossexuais, como chefe do Centro Nacional de Educação Sexual de Cuba. ”Tolerância é total, ou não é?” tuitou Yoani.
Mariela, de 49 anos, respondeu friamente, dizendo “Seu foco de tolerância reproduz os velhos mecanismos de poder. Para melhorar seus ‘serviços’ você precisa estudar”.
Mas mais tarde, depois de ter aparentemente recebido diversos tuítes de outros dissidentes, Mariela não se conteve. ”Parasitas depreciáveis: vocês receberam a ordem de seus empregadores para me responder conjuntamente e com as mesmas frases predeterminadas? Sejam criativos” escreveu, refletindo o desdém dos líderes cubanos em relação a dissidentes e a crença de que eles trabalham para seu inimigo de longa data, os Estados Unidos.
Assim como está na vanguarda em Cuba no apoio aos direitos dos homossexuais, Mariela parece ser a primeira na família Castro a se engajar pública e diretamente no Twitter.
Seu pai, de 80 anos, e seu tio, o ex-líder Fidel Castro, de 85, têm contas no Twitter, mas são usadas apenas para publicar artigos e colunas da mídia estatal cubana.
Depois da discussão com Yoani, Mariela publicou um link para uma entrevista sobre sua viagem recente à Holanda, onde ela passou pelo famoso “red-light district“.
Ela surpreendeu ao dizer na Holanda que sabia de cubanas que se prostituíam para trabalhadores só para que pudessem tomar um banho.
Em um tuíte, Mariela disse que houve “manipulações, como sempre” de seus comentários.
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