terça-feira, 8 de novembro de 2011

Greve de Transportes: Grande adesão causa filas no trânsito e nas paragens dos autocarros




RTP

Filas no trânsito e nas paragens dos autocarros, estações de metro fechadas e mais carros do que o habitual em Lisboa era o cenário desta manhã causado pela greve dos transportes públicos que contou com grande adesão dos trabalhadores.

Os primeiros a parar foram os funcionários da CP (das 05:30 às 08:30) e não há praticamente comboios a circular.

Segundo a FECTRANS - Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, a adesão à greve na CP rondou os 95 por cento.

A porta-voz da CP disse à Lusa que a circulação ferroviária está hoje praticamente parada em todo o país, referindo que das 74 ligações programadas entre as 00:00 e as 06:00 de hoje só se fizeram seis.

Em Braga, a greve paralisou "quase totalmente" a estação dos comboios de onde "apenas" partiu o Alfa Pendular das seis da manhã.

A estação de Santa Apolónia, em Lisboa, estava esta manhã "vazia" porque poucos foram os passageiros que tentaram a sua sorte, enquanto em Viana do Castelo a estação foi encerrada.

Às 06:00 iniciou-se a greve no Metropolitano de Lisboa que contou com uma grande adesão por parte dos trabalhadores.

"Correu dentro do perspetivado. Os trabalhadores aderiram massivamente, paralisando todos os setores. Não houve nenhum comboio nem nenhuma estação aberta", disse Diamantino Lopes, da FECTRANS.

Segundo o sindicato, a adesão à greve no Metropolitano de Lisboa foi de 100 por cento.

Da parte da empresa, os números oficiais são próximos: 90 por cento de adesão dos trabalhadores operacionais (maquinistas, pessoal das estações e da manutenção).

A greve do metro terminou às 10:00, hora em que se iniciou a da Carris que, segundo a FECTRANS, teve uma adesão de 70 por cento.

"São dados bastante positivos. É uma grande adesão dos trabalhadores, a um projeto do Governo que vai levar à destruição da empresa, com uma redução brutal de carreiras que afetam tanto os postos de trabalho como a população", disse Manuel Leal, da FECTRANS.

Dados bastante diferentes são fornecidos pela empresa, segundo a qual, cerca de 80 por cento dos autocarros da Carris estão a circular.

De acordo com a Carris, dos 557 veículos programados para o serviço público circulavam 442 viaturas, "pelo que a greve abrangia apenas 19,2 por cento da oferta".

A greve na Carris termina às 16:00.
O serviço da Fertagus, concessionária do eixo ferroviário que liga Lisboa e Setúbal passando pela ponte 25 de Abril, registou uma diminuição de cerca de 0,5 por cento dos passageiros até às 10:00.

A quebra na afluência foi mais evidente no sentido Norte/Sul devido à paralisação dos transportes na zona de Lisboa.

Segundo a empresa, 60 por cento dos passageiros da Fertagus necessitam de outros meios de transporte para chegarem às suas estações de destino.

No Porto, os trabalhadores da STCP iniciaram uma greve às 10:00 que termina também às 16:00.

A empresa indicou que a adesão global foi de 53 por cento e especificou que, entre o pessoal tripulante, foi de 81 por cento.

"Das 65 linhas que temos, 17 estão sem serviço, 39 com serviço reduzido e 9 com serviço normal", acrescentou fonte da empresa.

O Metro do Porto não vai aderir à greve porque quem opera os serviços é uma empresa sub-concessionada privada.

Contudo, num comunicado enviado à Lusa, os funcionários administrativos apresentaram "oito bons motivos" para a não adesão da empresa à greve.

"Claro que todos temos direitos mas, tanto quanto direitos, temos obrigações, deveres, lucidez e bom senso. E é por isso que não fazemos greve: por termos a obrigação de manter uma empresa racional e equilibrada e o dever de, todos os dias, garantir a mobilidade de milhares e milhares de pessoas", lê-se no comunicado.

Para hoje à tarde estão previstos plenários com paralisações dos trabalhadores Transtejo e da Soflusa, entre as 14:00 e as 17:30.

Na CP, os trabalhadores voltam a parar entre as 17:30 às 20:30.

Os trabalhadores dos transportes públicos contestam as novas medidas de austeridade, como a suspensão dos subsídios de Natal e de férias, e o plano de reestruturação dos transportes, que prevê nomeadamente fusões das empresas públicas.

*Foto em Lusa

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