terça-feira, 22 de novembro de 2011

Paulo Portas: ONU DEVE “TER MUITO ORGULHO” NA “HISTÓRIA DE SUCESSO” TIMORENSE



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Nova Iorque, 22 nov (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, defendeu hoje no Conselho de Segurança que Timor-Leste "é uma história de sucesso para o trabalho das Nações Unidas", de que a organização deve "ter muito orgulho".

Portas falava na parte final de um debate, sob presidência portuguesa do Conselho de Segurança, a propósito da transição da missão da ONU em Timor-Leste (UNMIT) após as eleições de 2012, em que participou a representante do secretário geral, Ameerah Haq, e o chefe da diplomacia timorense, Zacarias Costa.

"Quero dizê-lo aqui no Conselho de Segurança: Timor-Leste é uma história de sucesso para o trabalho das Nações Unidas, e devemos, como organização, ter muito orgulho nisso", afirmou o ministro português.

Em cima da mesa dos representantes, na reunião, esteve o último relatório do secretário geral da ONU sobre a UNMIT, que dá conta de melhorias no clima de segurança, político e social, mas que alerta também para carências logísticas enfrentadas pela polícia timorense para fazer face ao período eleitoral.

As autoridades timorenses receberam recentemente das forças da ONU a responsabilidade de patrulhamento de todo o território timorense, sem deterioração assinalável das condições de segurança, de acordo com o relatório.

Na sua intervenção, o ministro dos Negócios Estrangeiros salientou a "estabilidade política" e o "crescente clima de diálogo com a oposição e a sociedade civil", bem como "melhorias verificadas na administração pública, a criação da Câmara de Contas e a capacidade crescente de absorver o apoio internacional".

"Acreditamos que estão reunidas as condições necessárias para que as eleições presidenciais e legislativas de 2012 - que contarão com cerca de 150 mil novos eleitores - decorram segundo os parâmetros internacionais reconhecidos", afirmou Portas.

"Os atos eleitorais de 2012 representam uma oportunidade para Timor-Leste mostrar ao mundo a solidez da sua democracia", adiantou.

O ministro português manifestou ainda a disponibilidade de Portugal para apoiar a UNMIT e apelou aos outros países contribuintes para que renovem o seu apoio.

"Portugal tem, e continua empenhado com um quadro excecional de cooperação bilateral com Timor-Leste", disse Portas, apontando o envolvimento na área da Justiça, Educação e Segurança e Defesa.

Na "nova etapa" para Timor-Leste, aberta pelo fim da UNMIT, disse Portas, caberá a Timor-Leste decidir, em diálogo com a ONU, o formato da futura presença da organização no país.

O Plano Conjunto de Transição define quatro modelos possíveis para depois das eleições de 2012, um sugerido pelo governo timorense - uma missão política à medida das necessidades específicas do país.

Os restantes modelos são um escritório político chefiado pelo representante do secretário geral, com uma equipa separada da ONU chefiada por um coordenador residente, um gabinete integrado da ONU chefiado por um representante executivo do secretário geral, que também seria coordenador residente, ou apenas um gabinete residente de coordenação das atividades da organização.

Timor-Leste, defendeu Paulo Portas, "tem ainda um longo caminho a percorrer até atingir as suas legítimas aspirações no que respeita a padrões de desenvolvimento económico", pelo que a comunidade internacional, deve manter "firme o compromisso para com o país".

"É com otimismo e confiança que aguardamos os decisivos desenvolvimentos em Timor-Leste no próximo ano. Timor-Leste é hoje um Estado viável em construção e uma sociedade em acelerada busca do progresso. Raramente se fez tanto em tão pouco tempo", adiantou.

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