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Banguecoque, 29 nov (Lusa) - A União Europeia manifestou estar "profundamente preocupada" com a condenação na Tailândia, na semana passada, de um sexagenário acusado de ter enviado uma mensagem de telemóvel considerada ofensiva para a monarquia, protegida por uma das mais severas leis do mundo.
"A delegação da UE na Tailândia está profundamente preocupada com a decisão do tribunal de condenar Ampon Tangnoppaku a 20 anos de prisão", indicou num comunicado publicado na segunda-feira à noite.
A UE "apela às autoridades tailandesas que assegurem que o estado de direito é aplicado de maneira não discriminatória e proporcional, em consonância com o respeito dos direitos humanos fundamentais em que se inclui a liberdade de expressão", acrescenta a nota.
Ampon Tangnoppakul, de 61 anos, foi detido em agosto de 2010 por ter enviado quatro mensagens ao secretário pessoal do primeiro-ministro de então, Abhisit Vejjajiva. Mensagens, cujo conteúdo a polícia definiu de "inapropriado" e de "insultuoso para com a monarquia".
A sua condenação, a 20 anos de cadeia, decretada na passada quarta-feira, provocou uma avalanche de comentários no Twitter, contra e favor da lei.
A família real, que não desempenha oficialmente um papel político, é um assunto sensível e o rei Bhumibol Adulyadej, de 83 anos, goza de um estatuto de "semi-deus".
As perseguições e condenações de quem lesa, de alguma forma, os membros da família real têm-se vindo a multiplicar depois do golpe de estado militar de 2006 contra o então primeiro-ministro tailandês Thaksin Shinawatra, considerado pelas elites de Banguecoque como um perigo para a monarquia e hoje no exílio.
Segundo a Human Rights Watch, o número de casos subiu de 164 em 2009 para mais de 400 em 2010.
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