Kathleen Gomes, em Washington - Público
Como se põe um americano a pronunciar Aníbal Cavaco Silva? "Ah-nee-bal Ca-va-coo Seel-vuh", escrevia ontem a agência Associated Press, uma onomatopeia para iniciados anglo-saxónicos. O chefe de Estado português, que se encontra numa visita oficial aos Estados Unidos, foi ontem recebido pelo Presidente americano, Barack Obama, na Sala Oval da Casa Branca, em Washington, para discutir, entre outros temas, a crise na zona euro, a execução do programa de assistência financeira a Portugal, e a candidatura palestiniana a membro das Nações Unidas.
O Presidente português disse aos jornalistas que o encontro tinha sido "muito produtivo". Apesar da tradição de falar à imprensa durante a visita de chefes de Estado estrangeiros à Casa Branca, Obama não fez quaisquer declarações nem respondeu a perguntas dos jornalistas. Apenas os repórteres de imagem foram autorizados a estar durante segundos na Sala Oval.
No fim do encontro bilateral, que durou cerca de meia hora, Cavaco Silva dirigiu-se sozinhho aos jornalistas portugueses e americanos , no jardim da Casa Branca. Fez um resumo do encontro primeiro em inglês e depois em português. Com a crise europeia nas primeiras páginas dos jornais, uma jornalista americana perguntou-lhe se Portugal era comparável à Grécia. "Somos amigos da Grécia e queremos que a Grécia supere as dificuldades", respondeu. "Portugal é diferente. Estamos a cumprir as medidas negociadas com o FMI e a União Europeia. Internamente, o apoio político para a aplicação do programa [de austeridade] é lato. Oitenta e cinco por cento dos membros do Parlamento apoiam o programa", disse. "Temos uma tradição de cumprir as nossas obrigações e isto não será uma excepção."
Respondendo a uma outra pergunta de um americano sobre como via o futuro da zona euro, Cavaco Silva criticou o Conselho Europeu e a Comissão Europeia pela falta de supervisão da situação orçamental dos seus Estados-membros. "É errado culpar apenas os países com dificuldades financeiras. O Conselho Europeu e a Comissão Europeia não fizeram o seu trabalho."
O Presidente português debateu com Obama a candidatura palestiniana a membro das Nações Unidas, mas não adiantou detalhes sobre o que foi discutido. A votação do Conselho de Segurança da ONU sobre a candidatura palestiniana deverá acontecer ainda em Novembro, mês em que Portugal assume a presidência daquele órgão.
A questão palestiniana é crucial para os Estados Unidos, que anunciaram que irão vetar a candidatura, mas querem evitar esse gesto de confronto, procurando garantir que outros países-membros do Conselho de Segurança também inviabilizem o reconhecimento da Palestina como membro pleno da ONU. Ao que o PÚBLICO apurou, a candidatura palestiniana e o poder negocial de Portugal enquanto membro e actual presidente do Conselho de Segurança foram o principal incentivo para o encontro entre Cavaco Silva e Barack Obama. Portugal ainda não revelou qual o sentido de votação que assumirá relativamente à candidatura palestiniana.
*Notícia actualizada às 6h51: Substituída a notícia anterior da Lusa por notícia própria do PÚBLICO.
No fim do encontro bilateral, que durou cerca de meia hora, Cavaco Silva dirigiu-se sozinhho aos jornalistas portugueses e americanos , no jardim da Casa Branca. Fez um resumo do encontro primeiro em inglês e depois em português. Com a crise europeia nas primeiras páginas dos jornais, uma jornalista americana perguntou-lhe se Portugal era comparável à Grécia. "Somos amigos da Grécia e queremos que a Grécia supere as dificuldades", respondeu. "Portugal é diferente. Estamos a cumprir as medidas negociadas com o FMI e a União Europeia. Internamente, o apoio político para a aplicação do programa [de austeridade] é lato. Oitenta e cinco por cento dos membros do Parlamento apoiam o programa", disse. "Temos uma tradição de cumprir as nossas obrigações e isto não será uma excepção."
Respondendo a uma outra pergunta de um americano sobre como via o futuro da zona euro, Cavaco Silva criticou o Conselho Europeu e a Comissão Europeia pela falta de supervisão da situação orçamental dos seus Estados-membros. "É errado culpar apenas os países com dificuldades financeiras. O Conselho Europeu e a Comissão Europeia não fizeram o seu trabalho."
O Presidente português debateu com Obama a candidatura palestiniana a membro das Nações Unidas, mas não adiantou detalhes sobre o que foi discutido. A votação do Conselho de Segurança da ONU sobre a candidatura palestiniana deverá acontecer ainda em Novembro, mês em que Portugal assume a presidência daquele órgão.
A questão palestiniana é crucial para os Estados Unidos, que anunciaram que irão vetar a candidatura, mas querem evitar esse gesto de confronto, procurando garantir que outros países-membros do Conselho de Segurança também inviabilizem o reconhecimento da Palestina como membro pleno da ONU. Ao que o PÚBLICO apurou, a candidatura palestiniana e o poder negocial de Portugal enquanto membro e actual presidente do Conselho de Segurança foram o principal incentivo para o encontro entre Cavaco Silva e Barack Obama. Portugal ainda não revelou qual o sentido de votação que assumirá relativamente à candidatura palestiniana.
*Notícia actualizada às 6h51: Substituída a notícia anterior da Lusa por notícia própria do PÚBLICO.
*Foto em Lusa
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