sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Bloco de Esquerda entrega a Américo Amorim taça de Melhor Trabalhador do Ano


Quando se falou em aumentar os impostos sobre as grandes fortunas, declarou publicamente: "Não me considero rico. Sou trabalhador." (Miguel Madeira)

"Prémio" atribuído também a Passos e Portas

Público - Lusa

O Bloco de Esquerda entregou hoje na sede do maior grupo corticeiro português uma taça dirigida a Américo Amorim, premiado pelo BE como Melhor Trabalhador do Ano em 2011, distinção atribuída também a Passos Coelho e Paulo Portas.
O gesto irónico tem por base as declarações de Américo Amorim quando, a propósito da possibilidade de se aumentarem os impostos sobre as grandes fortunas, declarou publicamente: "Não me considero rico. Sou trabalhador."

Para o deputado do Bloco pelo distrito de Aveiro, a distinção do empresário de Mozelos, em Santa Maria da Feira, era inevitável. "Na altura de todos os balanços de 20011, vemos efectivamente que tinha que ser ele o premiado", explica Pedro Filipe Soares. "É o homem mais rico de Portugal e insultou os portugueses porque, quando se pediam sacrifícios, dizia que era apenas mais um trabalhador".

O parlamentar do BE realça ainda que, na prática, Américo Amorim é também "o premiado das políticas do Governo", na medida em que actualmente se pedem mais impostos aos portugueses, mas o industrial, "na sua engenharia financeira da fuga das SGPS, tem mais benefícios fiscais". "Este prémio também simboliza, por isso, as escolhas de Passos Coelho e Paulo Portas", declara Pedro Filipe Soares.

"Enquanto se pede aos portugueses que no próximo ano trabalhem mais meia hora por dia, Américo Amorim terá mais lucro porque beneficiará de meia hora gratuita dos seus trabalhadores - e esta é, no fundo, a política do Governo". "Passos Coelho e Paulo Portas premeiam aquele que insultou o país", acrescenta o deputado. "Pedem sacrifícios a quem tanto trabalha mas, a este trabalhador em especial, afinal são só facilidades".

Reconhecendo que haveria outros candidatos de renome ao prémio, Pedro Filipe Soares lamenta que quem vive do grande capital e das grandes fortunas tenha um tratamento privilegiado. "As grandes fortunas vêem as isenções fiscais aumentar", refere como exemplo, "e os grandes patrões do nosso país vêem os seus lucros aumentar com o trabalho gratuito". "Esta política dos sacrifícios é a política das desigualdades que o Governo está a impor ao país", conclui o deputado, "e é isso que denunciamos neste prémio, de forma humorística".

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