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É o que defende o cientista político Cláudio Gurgel, professor na Universidade Federal Fluminense (UFF). Ele destaca que doações de grandes empresas a campanhas eleitorais provocam conflitos de interesses como os da votação do Código Florestal.
O Senado aprovou nesta semana as mudanças no texto, criticado por abrir brechas para o aumento do desmatamento. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgados pelo R7, mostram que cerca de 30% do dinheiro das campanhas da bancada ruralista vieram do agronegócio, da pecuária e de empresas de papel e celulose.
Ainda que a ligação não seja automática, Gurgel diz ser comum o fato do parlamentar defender os interesses dos grandes doadores de campanha eleitoral. Dos 18 deputados federais da Comissão Especial do Código Florestal, que analisou o projeto em julho, 13 receberam juntos aproximadamente 6,5 milhões de reais destes setores.
O pesquisador da área de Administração Pública analisa que a presença dos grandes investidores privados compromete o sistema político, que acaba beneficiando grupos restritos em prejuízo do todo da população. Gurgel ressalta que esta realidade deixa o “cidadão comum” em desvantagem de “diálogo e pressão” no parlamento.
Para o professor, além das decisões políticas ficarem dependentes do fator financeiro, esta realidade cria uma “enorme desigualdade entre os candidatos”. Com isso, aponta que, muitas vezes, as eleições se tornam decisões econômicas: os que têm mais dinheiro têm mais chances de ganhar.
Como alternativa, Gurgel defende a contribuição individual nas campanhas eleitorais, o que inibiria a “forte entrada do poder privado no Estado”. Para ele, a ação traria ainda a vantagem de mobilizar internamente os partidos a fim de “democratizar seus financiamentos”. (pulsar)
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