terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Guebuza apela à população para dar "respostas concertadas" aos desafios de 2012



RTP

O Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, apelou hoje aos moçambicanos para "darem respostas concertadas aos desafios que o ano 2012 impõe" face à conjuntura económica internacional, mas reclamou "progressos" este ano, mesmo perante a crise mundial.

No seu discurso anual sobre o Estado da Nação, Armando Guebuza disse que "Moçambique continua a crescer" e que está a "construir o seu progresso e bem-estar com a participação de todos".

"Ao longo deste ano, realizámos eventos que concorreram para a consolidação da unidade nacional, autoestima, paz e para a cristalização de consciência de moçambicanidade e de comunhão de destino", disse Armando Guebuza.

"Mesmo com a contração da economia mundial, em 2011, Moçambique continuou a granjear a confiança de investidores nacionais e estrangeiros, os quais continuam a procurar, na nossa terra, oportunidades de investimento em diversas áreas", acrescentou.

O chefe de Estado moçambicano apontou, como exemplo, "a mobilização de recursos financeiros que atingiu, até novembro deste ano, mais de 74 mil milhões de meticais (2,1 mil milhões de euros), o equivalente a uma realização de 93,5 por cento do orçamento anual, representando um crescimento nominal de 29,6 por cento, em relação a igual período do ano anterior".

O Presidente moçambicano reclamou ganhos também nas áreas da saúde, agricultura e educação, nomeadamente no concernente à expansão do acesso ao ensino, com aumento do número de alunos para seis milhões no nível primário, técnico profissional e secundário geral.

"No ensino superior atingimos a cifra de 101 mil estudantes, em 2010, contra os 80 mil de 2009", exemplificou.

Armando Guebuza destacou ainda, no setor da educação, a "criação de oportunidades" para a frequência de cursos de alfabetização de adultos, que, só este ano, "conta com cerca de 50 mil `alfabetizandos`, dos quais 66,5 por cento são mulheres".

Na sua comunicação ao Parlamento, Armando Guebuza assinalou "progressos" na expansão do serviço nacional de saúde que resultou na melhoria das taxas de cobertura de vacinas e de partos institucionais, bem como na redução do número de casos de mortes por malária (principal causa de morte no país) e tuberculose, e na melhoria da prevenção da transmissão do vírus da sida de mãe para filho.

Apesar de destacar "melhorias na segurança alimentar e nutricional", resultantes da aposta na revolução verde, o chefe de Estado moçambicano apelou aos moçambicanos para, em 2012, "prosseguirem com as ações concertadas aos desafios que são colocados pela produtividade em todos os setores de atividade para se acelerar o passo na luta contra pobreza".

Reagindo, os partidos da oposição, a RENAMO e o Movimento Democrático de Moçambicano, criticaram a comunicação de Armando Guebuza, por não ter qualificado a situação do Estado da Nação de bom ou mau, como tem feito habitualmente.

"O chefe de Estado não disse se o Estado da Nação é bom ou não. Assim, no nosso entender, (Armando Guebuza) não mencionou aquilo que é o verdadeiro Estado da nação", disse o porta-voz da RENAMO, Arnaldo Chalaua.

"O informe espelha o que o governo foi fazendo ao longo do ano mas sem refletir no bolso do pacato cidadão. Portanto, continuamos, de facto, a não saber se o Estado da Nação é bom ou não. As nossas ilações são no sentido de que, de facto, é necessário fazer mais para melhorar a situação da pobreza absoluta em que vive a maioria do nosso povo, para tal é necessário atacar a questão das escolas, dos hospitais e do saneamento do meio", disse, por seu turno, o porta-voz do MDM, José Manuel de Sousa.

"Estamos satisfeitos pela forma clara, direta como o nosso Presidente fez o diagnóstico do estado do nosso país nas diversas áreas na educação, saúde e reforma do setor publico, portanto, a bancada da FRELIMO esta satisfeita, agradecida e orgulhosa pela maneira como o Presidente da República apresentou o informe", disse, por seu ladop, o porta-voz da bancada parlamentar do partido no poder, Damião José.

*Foto em Lusa

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