sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Moçambique: GUEBUZA E DHLAKAMA DIALOGAM EM NAMPULA



NOTÍCIAS (mz)

O PRESIDENTE da República, Armando Guebuza, conferenciou ontem, na cidade de Nampula, com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, a pedido deste. Não foram feitas quaisquer declarações sobre o assunto por parte do Governo. Mas, de acordo com Afonso Dhlakama, que à saída da audiência falou à Imprensa, o encontro foi “bom e aberto”, afirmando que se trata da primeira reunião mantida, nos últimos tempos, com o Presidente Armando Guebuza e que abre boas perspectivas para o diálogo destinado à resolução dos problemas que o país atravessa.

Dhlakama disse que não houve muito tempo para a produção de acordos, “mas a conversa foi boa. Tiramos fotografias e tive a oportunidade de lhe falar das minhas inquietações”.

O líder da Renamo acrescentou que no referido encontro foram tratadas questões relacionadas com supostas fraudes eleitorais, partidarização do Estado, discriminação e afastamento dos antigos guerrilheiros da Renamo das fileiras das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), e o que chamou de “monopólio” do partido Frelimo na gestão dos grandes projectos de desenvolvimento.

“Falei sobre os mega-projectos. Disse que as parcerias devem deixar de beneficiar apenas os membros da Frelimo. Eu também quero ser empresário. O senhor e outros moçambicanos também. Daí que tenhamos que pôr ponto final a isso”, afirmou a jornalistas.

A resposta de Armando Guebuza a estas questões, segundo Afonso Dhlakama, é que elas não têm nenhum fundamento.

Dhlakama disse acreditar que o encontro de Nampula venha a produzir os resultados desejados, dado que notou certa receptividade da parte do Presidente Armando Guebuza para levar os assuntos abordados à consideração. Todavia, assegurou que caso os assuntos não sejam tomados a peito o seu partido irá avançar com a construção de quartéis para reagrupar os antigos guerrilheiros da Renamo desmobilizados do exército nacional e irá promover manifestações pacíficas à escala nacional para obrigar a Frelimo a abandonar o poder e dar lugar à criação de um governo de transição que durará três anos, até à realização de novas eleições gerais.

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