terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Portugal: Cavaco muito preocupado com coesão social insiste no diálogo PSD/PS



JORNAL DE NOTÍCIAS      

O presidente da República reconhece que está "muito preocupado" com a coesão social e diz estar a fazer tudo para limitar as consequências sociais da crise, insistindo que o diálogo entre PSD e PS "é muito importante".

"A crise requererá muito tempo, devemos romper o círculo vicioso. Temos uma recessão e o desemprego aumenta rapidamente. Ando muito preocupado com a coesão social, com o desemprego entre os jovens, com o perigo da exclusão social dos pobres. A nossa resistência vai ser muito posta à prova em 2012", afirma o chefe de Estado, numa entrevista ao diário económico holandês "Financieele Dagblad", publicada esta terça-feira.

Insistindo que deve ser encontrada uma "certa igualdade e um equilíbrio na repartição dos encargos da crise", Cavaco Silva fala ao longo da entrevista das "medidas duras de austeridade" que o Governo "pretende realmente implementar" e sublinha a "grande responsabilidade patriótica" que os portugueses têm demonstrado.

"Queremos mostrar que fazemos o que devemos fazer. Claro que as pessoas não estão satisfeitas. Mas é o momento para reparar os nossos erros", defende Cavaco Silva, contestando as previsões negativas de que Portugal não conseguirá vencer a crise.

Apontando o excessivo investimento em bens não transaccionáveis como um dos erros cometidos pelos portugueses, que beneficiaram do Euro e tiveram "uma vida fácil", o presidente da República lamenta a forma como o país negou as consequências da impossibilidade de ter uma política de taxas de câmbio, concluindo: "Fomos, portanto, demasiado negligentes".

Agora, preconiza, Portugal enfrenta um "grande desafio", precisa de reforçar o sector da produção para exportar mais e para tornar desnecessária parte das importações.

Cavaco Silva, que vinca na entrevista o "poder da palavra" de que dispõe, lembrando que todas as quintas-feiras tem "um longo encontro" com o primeiro-ministro e que por essa via pode exercer influência e "comentar as medidas ainda numa fase precoce", renova também os apelos ao diálogo entre PSD e PS.

"Nas condições actuais tento fazer tudo para limitar as consequências sociais da crise. O diálogo entre o PSD e o PS é muito importante", defende, recordando que os socialistas não votaram contra o Orçamento do Estado para 2012 e que isso é "muito positivo". Contudo, acrescenta, o diálogo com o PS "continua a ser muito necessário".

Além disso, refere ainda Cavaco Silva, é igualmente "essencial" a concertação tripartida do Governo com os sindicatos e o patronato.

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