quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PUTIN ACUSA ESTADOS UNIDOS DE INCITAR OPOSIÇÃO RUSSA


RTP

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, criticou hoje Washington por se ter precipitado nas críticas às eleições russas e por incitar a oposição aos protestos.

"Eu vi a primeira reação dos nossos parceiros americanos. Primeiro, a secretária de Estado [Hillary Clinton] disse que as eleições não foram limpas e justas, embora ainda nem sequer tenha recebido os materiais do Gabinete para Institutos Democráticos e Direitos do Homem da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa", declarou Putin numa reunião com dirigentes da Frente Popular Unida.

"[Hillary Clinton] deu o tom a certos nossos ativistas no interior do país, deu um sinal. Eles ouviram o sinal e, com o apoio do Departamento de Estado dos EUA, começaram um trabalho ativo", frisou.

Putin defendeu o aumento da responsabilidade daqueles que se intrometem nos assuntos internos por encomenda de Estados estrangeiros.

"Nós somos pessoas adultas e compreendemos que parte dos organizadores agem segundo um guião conhecido e colocam perante si objetivos políticos ativos", considerou.

"Mas nós também sabemos que, no nosso país, as pessoas não querem o desenvolvimento da situação na Rússia como aconteceu no Quirguistão ou, num passado recente, na Ucrânia. Ninguém quer o caos", acrescentou.

Ao comentar pela primeira vez as manifestações da oposição realizadas contra os resultados eleitorais, Putin considerou: "No que respeita às iniciativas de democracia de rua, a minha posição é a seguinte: se as pessoas agirem no quadro da lei, devem ter o direito de manifestar a opinião e não devemos limitar esses direitos cívicos".

"Mas, se alguém viola a lei, os órgãos de poder e da ordem devem exigir o cumprimento da lei através de todos os meios legais", frisou.

O primeiro-ministro russo concluiu afirmando que o poder, apoiando-se na esmagadora maioria da população do país, deve dialogar com as forças da oposição.

Os resultados do escrutínio estão a ser alvo de forte contestação por parte da oposição.Observadores internacionais denunciaram numerosos casos de violação da lei eleitoral.

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