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Moscovo, 05 dez (Lusa) - A polícia russa deteve hoje em São Petersburgo dezenas de militantes de vários partidos da oposição, que tentaram manifestar-se contra as eleições parlamentares de domingo.
Cerca de mil manifestantes juntaram-se no centro de São Petersburgo, tendo começado a assobiar e a gritar palavras de ordem como: "As eleições são uma farsa", ao que agentes da polícia de intervenção responderam com as detenções. Entre os detidos encontra-se Alla Maximova, jornalista da rádio Eco de São Petersburgo.
"Identifiquei-me, disse que estava a trabalhar como jornalista, mas eles detiveram-me, levaram-me para um carro celular, onde estavam outros detidos", declarou Maximova, por telefone, à rádio Eco de Moscovo.
No domingo, a polícia deteve mais de 170 militantes da oposição em São Petersburgo e Moscovo.
No centro da capital russa, o Partido Comunista juntou mais de mil apoiantes para contestar os resultados do escrutínio. Os comunistas consideram que o poder lhes roubou "cerca de 15 por cento dos votos".
"Defendamos a vontade popular!" foi a principal palavra de ordem gritada pelos manifestantes que assobiavam quando um dos oradores lia a lista das regiões onde os comunistas foram alegadamente roubados e aplaudiam ao ouvir as regiões onde o Partido Comunista venceu.
O Partido Comunista ficou em segundo lugar, fazendo aumentar o número de 57 em 2007 para 92 mandatos.
Os apoiantes dos partidos liberais que foram impedidos de participar no escrutínio de domingo manifestaram-se também no centro de Moscovo, sublinhando que as eleições "não passaram de uma farsa".
Centenas de pessoas, empunhando bandeiras cor de laranja do movimento liberal Solidariedade, exigiram "a devolução do poder ao povo" e "Rússia sem Putin".
Perto do Kremlin, a Frente Popular Unida e a Jovem Guarda, organizações que apoiam o primeiro-ministro Vladimir Putin, reuniram cerca de cinco mil pessoas para "celebrar a vitória" do partido Rússia Unida nas eleições da véspera.
Não obstante o Rússia Unida, dirigido por Vladimir Putin e pelo Presidente russo, Dmitri Medvedev, ter perdido a maioria constitucional e 77 mandatos na Duma Estatal, câmara baixa do Parlamento Russo, os dirigentes russos continuam a falar em "êxito".
*Foto em Lusa
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