MYB – LUSA, com foto
São Tomé, 28 dez (Lusa) - Os professores do ensino secundário de São Tomé e Príncipe suspenderam todas as atividades de lançamento das notas e ameaçam não retomar as aulas depois das férias do natal, disse hoje um representante dos docentes.
Em declarações a jornalistas, António Adão de Deus Lima explicou que a decisão visa pressionar o Ministério da Educação a pagar "a totalidade dos subsídios das horas extraordinárias" em atraso desde setembro.
"Tomámos a decisão de suspender o conselho de notas e poderá abranger o início do ano letivo enquanto não fica resolvida a situação do pagamento na totalidade das nossas horas extraordinárias", disse o representante dos professores do ensino secundário.
Mais de 20 mil alunos estão abrangidos pela decisão dos professores que o Ministério da Educação já reconheceu que "pode, de facto, comprometer o calendário escolar 2011/2012".
A paralisação é unânime em todas as escolas secundárias do país e tem o aval do Sindicato dos Professores e Educadores de São Tomé e Príncipe (SINPRESTP).
Fonte do Ministério da Educação, Cultura e Formação (MECF) contactada pela Lusa admitiu que "por falta de condições financeiras" o ministério "viu-se obrigado a suspender temporariamente a atribuição destes subsídios", que serão retomados "quando as condições estiverem criadas".
Os professores que se reuniram na terça-feira em assembleia-geral alegam que não foram "tidos nem achados" pela decisão de suspensão do pagamento das horas extraordinárias.
"Nós desconhecemos, não tivemos nenhuma informação prévia e é isso que provocou a nossa revolta", acrescentou António Deus Lima.
"Como sabem, isso faz parte do salário do professor, aquilo que os professores auferem como salário base nem chega para encher um pequeno saco plástico, ao contrário daqueles que vão ao supermercado abastecer-se com viaturas", disse.
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