sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Timor-Leste: PR preocupado com corrupção defende um Estado "limpo" e cidadãos "modelo"



MSE - LUSA

Díli, 09 dez (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse hoje estar preocupado com a corrupção no país, sublinhando que o Estado devia estar "limpo" e todos os cidadãos serem um "modelo".

"Preocupa-me imenso. O país só tem 10 anos. Devia estar 'super' limpo. Não é dizermos que porque só temos 10 anos a luta contra a corrupção vai levar mais tempo", afirmou José Ramos-Horta, quando questionado sobre se o preocupava a questão da corrupção no país.

No passado dia 01, o relatório do Índice de Perceção da Corrupção de 2011 da Transparência Internacional considerou Timor-Leste um país com elevado risco de corrupção.

"Nós viemos de uma luta, tanta gente morreu, e devemos ser um modelo, com leis ou sem leis, porque isto vem do comportamento de cada ser humano", salientou o chefe de Estado timorense.

José-Ramos Horta falava à agência Lusa à margem de uma conferência organizada pela Comissão Anticorrupção, em Díli, para assinalar o Dia Internacional da Corrupção.

No seu discurso de abertura da conferência, o Presidente timorense considerou que a burocracia deve ser aligeirada, nomeadamente no que diz respeito ao setor privado nacional e internacional, defendendo a criação da "One Stop Shop" (equivalente ao Guichet Único da Guiné-Bissau e Empresa na Hora em Portugal).

"Uma das áreas onde se poderia prevenir a corrupção em relação ao setor privado nacional e internacional para que a burocracia e os agentes do Estado não sejam sanguessugas, que sacam dinheiros, daqueles que querem investir, privados nacionais e internacionais, era através da One Stop Shop em que é tudo eletrónico, tudo feito em computador, as leis são claras, o processo burocrático e os regulamentos aligeirados", salientou.

O Presidente timorense questionou também o porquê de em Timor se demorar meses para registar uma empresa.

"Não sei porque é que em Timor se leva três, seis meses para uma empresa ser registada e nós, que precisamos tanto, somos os que mais causamos dificuldades ao registo de empresas", disse.

A Comissão Anticorrução de Timor-Leste foi criada em junho de 2009 com o objetivo de dotar o Estado de polícia criminal especializada e independente que, em articulação com as autoridades competentes, combata a corrução.

A CAC reporta diretamente ao parlamento nacional e tem poder para iniciar e conduzir investigações criminais a casos de corrução, além da responsabilidade de educar e sensibilizar as pessoas através de medidas que conduzam à prevenção da corrução.

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