RTP
O Congresso Nacional Africano (ANC), no poder na África do Sul, iniciou hoje com uma missa o terceiro e último dia das comemorações do seu centenário em Bloemfontein, culminando com um discurso do presidente Jacob Zuma.
A missa ecuménica foi transmitida em direto pela televisão sul-africana e contou com a presença dos dignitários do partido e convidados estrangeiros - cerca de quatro dezenas de chefes de Estado e de governo - na pequena igreja de Bloemfontein (centro), onde a 08 de janeiro de 1912 foi fundado o ANC.
No sábado, durante um jantar de gala, o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, salientou que "o que o ANC fez enche os africanos de orgulho".
Muitos outros oradores, incluindo dirigentes que ao longo das décadas de 1950 a 1990 lideraram movimentos de libertação em toda a África e que colaboraram ativamente com o ANC no combate contra o colonialismo e o "apartheid", recordaram figuras como Nelson Mandela, o chefe Albert Luthuli e Oliver Tambo, que se tornaram símbolos da libertação do continente e inspiraram gerações de atuais e futuros líderes.
Kenneth Kaunda, antigo presidente da Zâmbia, destacou na sua alocução a necessidade de complementar a libertação política do "continente negro" com a irradicação da pobreza, da subnutrição e do analfabetismo que ainda grassam na maioria das suas nações.
"Temos de combater a pobreza e todos os efeitos a ela associados como a fome, as doenças, o crime, a corrupção e, acima de tudo, a exploração das mentes por outras mentes", disse Kaunda, um dos mais idosos líderes continentais e um dos que nunca regateou apoio ao combate do ANC contra o regime de minoria branca que oprimiu o povo sul-africano até 1994.
A "chama da liberdade", acesa no sábado à noite pelo presidente Jacob Zuma, será hoje transportada para o estádio de Bloemfontein para iluminar simbolicamente o grande comício que marca, efetivamente, o centenário do mais antigo movimento de libertação de África.
O antigo presidente Nelson Mandela, com 93 anos e saúde debilitada, não se deslocou a Bloemfontein. Mas a direção do ANC afirmou que o Nobel da Paz poderá gravar uma mensagem para as cerca de 100 mil pessoas esperadas neste evento.
As comemorações do centenário do ANC começaram na sexta-feira com um torneio de golfe, continuaram no sábado com sacrifícios tradicionais, um espetáculo e um jantar de gala.
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