Liberal (cv)
Segundo relatório dos Repórteres Sem Fronteiras
No final da lista, como era previsível, Coreia do Norte, Síria e Irão, figuram na “zona negra”, mas as “democracias históricas” levam cartão vermelho: França, Itália, Reino Unido e EUA desceram vários lugares e, neste último, há registo de jornalistas presos e alvo de agressões policiais
Praia, 25 de Janeiro 2012 – A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) tornou público o seu relatório sobre liberdade de imprensa. Surpreendentemente, Cabo Verde, que em 2010 ocupava a 26ª posição, saltou agora para o “top ten”, afirmando-se no 9º lugar. Porém, os critérios de atribuição decorrem sob uma lógica empírica, porquanto – e segundo o responsável pelo Gabinete de Assuntos Africanos dos RSF, Ambroise Pierre -, acredita a organização que “os títulos têm toda a liberdade”, deduzindo assim existir uma “verdadeira tolerância das autoridades em relação aos jornalistas”, mas não especificando quais o métodos de análise e avaliação.
Naturalmente, Coreia do Norte, Síria e Irão ocupam os últimos lugares da lista elaborada pelos Repórteres Sem Fronteiras sobre o estado geral da imprensa no passado ano. Mas, exceptuando estes três países, o relatório considera 2011 “um bom ano para a actividade jornalística”.
Cartão vermelho mereceram as chamadas “democracias históricas” – numa alusão a França, Itália, Reino Unido e Estados Unidos da América (EUA) -, que “deveriam dar o exemplo”, mas onde tal não está a acontecer porquanto estão bem longe dos lugares cimeiros da lista. E o secretário-geral dos RSF, Jean-François Julliard, avança mesmo que a organização sente “uma degradação da situação, com perseguições nas redacções, jornalistas acusados e pesados processos judiciais”, para além de existir nestes países “uma tentação de controlar a informação, que se nota mais em 2011 do que há dez anos”, considera ainda.
De referir que, no respeitante aos EUA, 25 jornalistas foram sujeitos a prisões e agressões policiais quando cobriam contestações de rua promovidas por organizações radicais. Aliás, os EUA desceram, da 20ª posição em 2010, para o 47º lugar em 2011.
A liberdade de imprensa só é considerada boa na Noruega, Finlândia, Estónia, Holanda, Áustria, Islândia, Luxemburgo, Suíça, Cabo Verde e Canadá, que ocupam, respectivamente, os dez primeiros lugares, considerados países em que os jornalistas têm “a liberdade devida para trabalhar e informar o público”.
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