«E nesta curta passagem
Sigo com uma só certeza
Tu tens a tua
Eu tenho a minha
A liberdade…
Ninguém te pode tirar.»
Sigo com uma só certeza
Tu tens a tua
Eu tenho a minha
A liberdade…
Ninguém te pode tirar.»
O Rapper NTS Recarga, de Santa Maria da Feira, é a última vítima da impunidade policial em Portugal. Menos de um ano depois do assassinato de MC Snake, temos mais um caso em que um elemento da GNR dispara à queima-roupa contra um veículo que simplesmente deu meia volta quando viu uma operação STOP.
E prevendo os comentários dos costumeiros arautos da moralidade, não parar numa operação STOP é errado e ilegal (era «reveillon», talvez o condutor tivesse bebido um copo a mais, não sei), mas a resposta não é matar. A resposta não é sequer disparar. O procedimento correcto é recolher de imediato as características do veículo, a matrícula e enviar a informação à central que depois emite às restantes patrulhas, de modo a que o suspeito em fuga possa ser interceptado noutro local ou para que o caso passe para as brigadas de investigação criminal.
Sabendo o que fez, a GNR tentou encobrir o crime, tratando o caso como um acidente de viação e dizendo, à família, que o guarda escorregou e disparou acidentalmente. Não fosse o médico de serviço chamar a PJ e nunca esta teria descoberto a bala na cadeira do automóvel.
Aos costumeiros arautos da moralidade, direi ainda que não estamos a falar apenas de um rapper. Não é só o NTS Recarga. É o Fábio. É um puto de 21 anos que tomba desta forma às mãos de quem é pago para nos proteger. E o Fábio, que nem sequer era o condutor do carro, não era um perigo para quem quer que fosse.
Uma boa notícia: o NTS Recarga está em coma, mas não morreu. A bala, disparada à queima-roupa, entrou pelo abdómen e saiu pela perna. Não atingiu órgãos vitais, mas provocu várias hemorragias pelo caminho.
Naquele dia, o Guarda, provavelmente furioso por não lhe reconhecerem a autoridade que tem, improvisou. Mais ou menos como os improvisos que tornaram conhecido o NTS Recarga. Só que este improviso, por ter sido pensado com uma pistola e não com a cabeça, foi um improviso assassino.
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