Manuel António Pina – Jornal de Notícias, opinião
Ainda não foi desta que o PS convenceu a "exquise" deputação a beber água da torneira e não água engarrafada. Para isso teria que passar por cima do cadáver do Conselho de Administração (CA) da AR, mas o cadáver voltou a dar-lhe uma nega.
Alega o PS que, entre Janeiro e Novembro de 2010, a AR gerou - falando apenas de resíduos não legislativos - o lixo que segue: 45 mil garrafas de plástico de 330 mililitros, 2 mil de litro e meio e 78 mil copinhos também de plástico. Julgava ainda o PS que a água da torneira fosse mais barata do que a mineral.
"Mais barata?", escandalizou-se o CA, assegurando que estudou a coisa e que, com o custo do pessoal para lavar, encher e colocar copos e jarros ao alcance dos senhores deputados, mais 4 860 euros para jarros e não se sabe quantos para copos, a água da torneira sai 30 vezes mais cara do que a engarrafada. E nem foi preciso, digo eu, contabilizar também o custo do pessoal para deitar água nos copos e levar os copos à boca dos deputados e, depois, para lhes limpar os lábios com um guardanapo; nem o custo dos guardanapos; nem o do pessoal para meter os guardanapos usados nos sacos do lixo; nem o dos sacos do lixo; nem o do transporte dos sacos para os contentores, e por aí fora.
Só não se percebe por que motivo o "estudo" se mostra tão preocupado com as "empresas portuguesas" que vendem água engarrafada e não com as empresas portuguesas que vendem jarros e copos.
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