sábado, 4 de fevereiro de 2012

Irã inicia manobras militares, mas afirma querer evitar tensões



Prensa Latina, com foto

02Teerã, 4 fev (Prensa Latina) O Corpo de Guardiães da Revolução Islâmica (CGRI) do Irã iniciou hoje manobras militares destinadas a demonstrar sua capacidade defensiva diante das ameaças externas, ainda que as autoridades afirmem que desejam evitar tensões regionais.

Destacamentos militares desse corpo de elite iraniano começaram neste sábado as manobras bélicas em regiões meridionais com a missão de manter e aumentar a disponibilidade combativa de suas unidades, bem como provar a habilidade para manejar ameaças dos inimigos.

O comandante das forças terrestres do CGRI, brigadeiro geral Mohammad Pakpour, precisou também que se pretende aumentar a criatividade de especialistas e as habilidades profissionais desse ramo militar, que conta com divisões aérea e naval.

Dada a proximidade dos exercícios militares com o estratégico Estreito de Ormuz, meios locais destacaram que têm o fim de dissuadir os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e Israel de qualquer ação lesiva para o setor energético e nuclear do Irã.

Teerã ameaçou cortar o fluxo marítimo por essa estreita via, que serve de passagem a petroleiros que comercializam cerca de 35 por cento do petróleo mundial, segundo diversas estatísticas.

Durante o sermão nas orações muçulmanas da sexta-feira, o líder supremo da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, advertiu que o país persa se defenderá de qualquer possível ataque armado estadunidense ou israelense contra suas instalações atômicas.

As manobras atuais, que estiveram antecedidas por outros treinamentos navais (no final de dezembro) e terrestres (início de janeiro), se desenvolvem em momentos em que as forças ocidentais incrementam a presença de navios e tropas no Golfo Pérsico.

Por outro lado, o ministro iraniano do Petróleo, Rostam Qasemi, afirmou hoje que esta nação não está interessada em criar tensões na região, senão que, mais bem, deseja a estabilidade.

Ao falar em uma coletiva de imprensa, Qasemi comentou que o Ocidente é consciente de que o Irã sofreu condições muito difíceis em sua produção e exportação de óleo durante a chamada Guerra Imposta (com Iraque, de 1980 a 1988), mas foi capaz das superá-las.

O ministro exortou a UE a reconsiderar sua decisão de bloquear as exportações iranianas de óleo, a partir de 1 de julho, e recordou que Teerã tem "muito bons laços comerciais" com países como China, Coreia do Sul e Índia, que provavelmente não acatarão as sanções.

"Desafortunadamente, a UE sucumbiu à pressão estadunidense. Espero que revisem sua decisão de sancionar as exportações de petróleo...o mercado internacional está balançado", sublinhou.

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