quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Jerónimo de Sousa: CAVACO SILVA “NÃO DÁ A CARA COM A CARETA”



i online – Lusa, com foto

O secretário-geral do PCP afirmou hoje que o Presidente da República "é um pouco como o PS" e "não dá a cara com a careta" porque alerta para os efeitos da austeridade, mas subscreve o programa de ajustamento financeiro.

"O Presidente da República vai fazendo estes apelos, estes avisos, mas depois vai dizendo que está de acordo com as alterações à legislação laboral, que está de acordo com a concretização do programa [de ajustamento financeiro assinado no âmbito da ajuda externa]. É um pouco como o PS, enfim, não dá a cara com a careta. Obviamente não se pode subscrever o instrumento de agressão e depois vir ter pena dos agredidos", afirmou Jerónimo de Sousa.

O líder dos comunistas falava aos jornalistas durante uma visita ao Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas (SISAB), em Lisboa, e reagia a uma entrevista de Cavaco Silva à rádio TSF.

Nessa entrevista, o Presidente da República alerta que "há um conjunto de pessoas, a que chamamos agora os novos pobres", a quem é impossível impor mais austeridade", referindo que essas pessoas "são aquelas que são mais atingidas por medidas, não tendo, às vezes, em conta a especificidade de cada grupo".

"É preciso olhar às pessoas", diz Cavaco Silva.

Jerónimo de Sousa afirmou que este "é uma preocupação" que o PCP acompanha.

"O grande problema é que, como é sabido, em relação ao pacto de agressão, a procissão ainda vai no adro, ainda faltam muitas medidas que estão em curso, em vias de ser implementadas, que vão acentuar as injustiças e aumentar a pobreza", acrescentou.

O líder do PCP disse ainda que "fica bem ao Presidente da República fazer esses apelos"

"Mas a verdade é que hoje a questão da chamada austeridade, os sacrifícios, a atingir os mesmos do costume, está a levar a que uma massa imensa corra o risco de pauperização, de entrar não só no limiar da pobreza mas mesmo nesses pobres que hoje poderíamos dizer são dois milhões, são dois milhões e quinhentos mil, não sabemos. Mas a prosseguir este caminho de afundamento nacional, inevitavelmente isso poderá acontecer", acrescentou.

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