terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Portugal – Greve Geral: CGTP apela à mobilização dos funcionários públicos



Diário de Notícias - Lusa

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, apelou hoje ao envolvimento dos trabalhadores da Administração Pública na preparação da greve geral que a central sindical marcou para 22 de março.

Arménio Carlos intervinha em Coimbra, num plenário regional de dirigentes, delegados e ativistas sindicais promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro, na Casa Municipal da Cultura.

Ao criticar as atuais políticas sociais do Governo e o que definiu como "pacote de exploração" dos trabalhadores, lamentou que o executivo de Pedro Passos Coelho "esteja a ir mais longe" do que o previsto no memorando da "troika" quanto à redução do défice das contas públicas.

"Fazem-no com a consciência que estão a subverter a Constituição" da República Portuguesa, designadamente em relação aos serviços públicos, como a Segurança Social, a Educação e o Serviço Nacional de Saúde.

Insistindo que os trabalhadores "têm saída para isto", o líder da CGTP acusou o Governo de "não ter coragem para tocar nos intocáveis", nem "para combater a evasão fiscal e a economia paralela".

Os trabalhadores da Função Pública, ao reforçarem a ação reivindicativa, "estão também a lutar pela melhoria da qualidade dos serviços prestados às populações", adiantou.

A greve geral decretada pela CGTP, para 22 de março, "é a mais importante" que a central desenvolveu "nos últimos 20 ou 30 anos em Portugal", disse.

No final do plenário, os sindicalistas realizaram um desfile pela cidade, aproveitando para distribuir uma moção em que reafirmam "a sua determinação para lutar contra o pacote de exploração do Governo PSD/CDS".

Ao fazer um "balanço muito positivo" da visita efetuada hoje ao distrito de Coimbra, Arménio Carlos disse à Lusa ter testemunhado que existe da parte dos trabalhadores "um grande apoio à rejeição deste pacote de exploração" do Governo.

O líder da CGTP adiantou que o anunciado encerramento dos escritórios de três delegações da agência Lusa, em Coimbra, Évora e Faro, foi outro dos assuntos que analisou esta tarde com outros sindicalistas, incluindo o coordenador da União dos Sindicatos de Coimbra, António Moreira.

Na sua opinião, as atuais delegações da agência noticiosa no Continente "devem ser mantidas", pois elas garantem "um serviço público que a Lusa faz de uma forma descentralizada" a nível nacional.

"A centralização deste serviço de informação agrava as assimetrias e a desertificação", afirmou Arménio Carlos.

Decidido pela administração da Lusa, em finais de 2009, o encerramento dos escritórios das delegações de Coimbra, Évora e Faro teve a concordância da atual e anterior direções de informação, mantendo-se em funções, a trabalhar a partir de casa, os jornalistas adstritos a cada uma das três regiões, de acordo com a empresa.

Sem comentários:

Mais lidas da semana