quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Portugal: Manifesto defende a introdução da energia nuclear em Portugal


Cavaco e Passos, dois declarados defensores da instalação de uma central nuclear em Portugal… E amigos de um magnata proponente ligado ao PSD que há anos labutou por instalar no país uma central? Há anos que tentam “vender” a ideia do nuclear em Portugal. A dupla nuclear está no poder e o manifesto do PSD está de acordo com aquilo que vêm “semeando” há muitos anos. (PG)
Jornal de Notícias

Cerca de 50 personalidades ligadas ao sector da energia apresentam, esta quarta-feira, um manifesto que defende a análise da introdução do nuclear em Portugal, sensibilizando o Governo para começar a "cortar no monstro eléctrico" com "gravíssimos custos".

O manifesto, que é apresentado, esta quarta-feira, em Lisboa, conta, entre várias personalidades, com Alexandre Relvas, António Cardoso e Cunha, Francisco Van Zeller, Henrique Neto, João Salgueiro, Borges Gouveia, José Ribeiro e Castro, José Veiga Simão, Mira Amaral, Valente de Oliveira, Miguel Beleza, Miguel Cadilhe, Mira Amaral e Pedro Sampaio Nunes.

No manifesto a que a Agência Lusa teve acesso, os signatários referem que há que tomar decisões fortes para que não exista "um aumento brutal das tarifas" de electricidade no próximo ano, em consequência da política seguida pelo Governo de José Sócrates.

Adiantam ainda que a mudança de Governo entretanto ocorrida levou a que fosse preparado "um novo documento, que pretende abordar uma incontestável ameaça para as contas nacionais, designadamente a factura decorrente da elevada dependência energética do país".

Este manifesto segue-se a um primeiro apresentado a 7 de Abril de 2010 e um segundo divulgado a 12 de Abril de 2011.

As razões em defesa do nuclear

No manifesto, os signatários salientam que "não há nenhuma razão técnica para que em Portugal não se considere a análise da energia nuclear no estudo das diversas opções possíveis para a produção da energia eléctrica".

Pedro Sampaio Nunes explicou que esta seria também uma forma de aproveitar "os recursos endógenos" do país, já que está provada a existência de urânio, bem como gás de xisto, reafirmando que a energia nuclear "é a forma mais competitiva de geração eléctrica".

O manifesto indica ainda que a recente crise de Fukushima, no Japão, "obriga a que a opção nuclear seja cuidadosamente escrutinada face às questões de segurança", mas frisa a necessidade de "ter presente que a energia nuclear constitui a fonte primária mais importante para a produção de electricidade na Europa, garantindo cerca de 30% do seu total".

Aprender com Fukushima

Os signatários acrescentam que a perspectiva de "virem a ser instaladas centrais mais evoluídas e muito mais seguras também não justifica um abandono definitivo da opção nuclear".

E dão os exemplos da Suécia, Finlândia, Reino Unido, Polónia, França e países de Leste, que "declararam a manutenção dos seus planos de novo investimento em centrais nucleares", apesar do abandono da Alemanha e Suíça.

O manifesto indica que uma das principais razões para a contínua aposta destes países no nuclear "é a impossibilidade reconhecida de se poderem diminuir as emissões de gases de efeito de estufa" sem considerar aquela opção.

O outro argumento determinante "é a competitividade intrínseca desta forma de energia", dando o exemplo dos Emirados Árabes Unidos, que adjudicaram recentemente à Coreia do Sul quatro centrais nucleares por um valor unitário de 3,5 mil milhões de euros com preços de energia de 30,3 dólares (24 euros) por 'megawatt/hora', "valores muito inferiores aos que são praticados no mercado ibérico".

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