terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

RDP: Decisão de acabar com programa da Antena 1 foi tomada a 11 de Janeiro



Maria Lopes – Público

Directores de programas e informação no Parlamento

A decisão de acabar com a rubrica de opinião Este Tempo da Antena 1 foi tomada numa reunião dos responsáveis pela rádio pública no dia 11 de Janeiro antes da emissão do programa sobre Angola e da crónica de Pedro Rosa Mendes, disse esta manhã no Parlamento o director de Programas, Rui Pêgo.

Rui Pêgo, que está a ser ouvido na Comissão de Ética, a pedido do PS, com o ex-director de Informação, João Barreiros, afirmou que o grupo de trabalho que está a analisar as grelhas dos vários canais de rádio, decidiu igualmente acabar desde já com outros programas das antenas públicas.

A decisão de acabar com o programa de opinião Este Tempo foi tomada numa reunião a 11 de Janeiro, antes, portanto, da emissão da RTP sobre Angola (emitida dia 16) que o colunista Pedro Rosa Mendes criticava na sua crónica de dia 18 de Janeiro.

Em concreto, Rui Pêgo disse que "a ideia do programa Este Tempo era original, era uma boa ideia, mas não correspondia ao conteúdo final". "Tecnicamente o desempenho de alguns ficava aquém das expectativas e porque havia uma indisciplina de antena que provocava consequências no resto da programação", enumerou ainda o director de Programas.

"As razões do fim de Este Tempo são claras e simples de entender", vincou Rui Pêgo. "Se não vamos usar o programa nas próximas grelhas e os contratos acabavam a 31 de Janeiro, não faz sentido renovar ou fazer novo contrato contratro por um mês ou mês e meio", acrescentou o director de programas.

O ex-director de Informação acrescentou que "há várias pessoas que participaram nesta reunião". "Há várias pessoas na redacção a quem eu disse em Dezembro que não iria renovar os contratos", garantiu João Barreiros. "Individualmente as prestações não era más, mas em grupo era um programa pouco coeso, o próprio editor o reconheceu", disse o ex-director, segundo o qual a "rubrica foi sendo objecto de discussão durante algum tempo".

João Barreiros reconheceu, porém, que "os timings de comunicação foram maus". "Houve equívocos que se instalaram. Nunca pensei que esta questão viesse a dar a confusão que deu. Não há censura ali."

Os dois responsáveis da RDP garantiram nunca terem sentido qualquer pressão superior para mudar conteúdos.

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