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Washington, 01 fev (Lusa) - O Fundo Monetário Internacional recomendou hoje ao governo de Timor-Leste um abrandamento do investimento público em infraestruturas, que está a alimentar pressões inflacionistas, potenciando "custos significativos para os pobres".
A recomendação consta do comunicado final de consultas ao nível da direção executiva do FMI hoje em Washington, dedicada a Timor-Leste.
O investimento público, financiado pelas receitas petrolíferas, tem sustentado um "forte crescimento económico", mas a inflação "disparou para os dois dígitos".
"Os principais riscos neste cenário são a volatilidade do preço do petróleo e a possibilidade de a inflação continuar a subir, impulsionada por grandes aumentos nas despesas do governo", refere o FMI.
O crescimento do PIB não-petrolífero deverá atingir 10 por cento este ano e manter-se a este nível a médio prazo.
"Dadas as necessidades de desenvolvimento, os investimentos em infraestruturas são bem-vindos, mas o planeado aumento de gastos nos próximos anos tem de ser abrandado para melhor alinhar com a capacidade de absorção da economia e com os constrangimentos administrativos", adianta.
Uma inflação elevada, sublinha, "imporia custos significativos aos pobres".
A direção do FMI aplaude a disponibilidade do governo para reconsiderar o ritmo de execução orçamental este ano, se a inflação continuar elevada, e sublinha a importância de melhorar a capacidade de implementação de grandes projetos.
Outra medida positiva das autoridades timorenses, refere, é a redução do défice orçamental não-fiscal para um nível sustentável nos próximos 10 anos, e para alcançar este objetivo deverão ser necessárias "medidas substanciais" de contenção do crescimento de gastos e aumento das receitas domésticas.
O governo timorense mostrou-se disponível para avaliar as recomendações do FMI de introdução de um imposto de valor acrescentado, para aumentar as receitas não-petrolíferas e, para o FMI, também é desejável uma revisão a nível fiscal ao abrigo de uma nova lei de investimento privada.
O Fundo Petrolífero está a ser "bem gerido" e o governo registou progressos no seu fortalecimento, criando novas instituições para gerir os investimentos públicos, apesar de a falta de pessoal qualificado continuar a ser um "constrangimento chave".
Para o crescimento do setor privado, adianta, é "crítico" o desenvolvimento do setor financeiro e o fortalecimento de uma cultura de crédito.
O FMI recomenda ainda a aceleração da aprovação de leis que ajudariam o setor financeiro, como a do uso da terra, e ainda a aceleração de reformas estruturais para melhorar a competitividade.
Ao nível da redução da pobreza, bem como do crescimento, o cenário é "prometedor" e Timor-Leste está em posição de "beneficiar enormemente da sua riqueza petrolífera nos próximos anos".
3 comentários:
Mas eles nao construiram nada como e que vao abrandar. Abrandar os desviancos sim.
Cara Ema Lulic,
A menina não tem andado pelo Timor Leste profundo, aqui a Lucrécia tem viajado por todo o país e descobriu postes de electricidade de Batugadé ao Jaco. A menina anda de olhos vendados.
Caros FMI,
A inflacão vai criar custos significativos para os pobres, mas também vai criar oportunidades, nas zonas rurais onde se encontram os mais pobres, vai estimular a producão agricola, criando riqueza.
Quem tiver vontade de trabalhar vai vender os produtos agricolas mais caros.
Beijinhos da Querida Lucrécia
Seguir as "orientações" do FMI é tornar qualquer nação um satélite de interesses de banquiros espertalhões. Essa Lagarde é uma fraude social!
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