… de edição em língua portuguesa
FV – Lusa, com foto
Macau, China, 01 fev (Lusa) - A criação de uma associação de editoras de Macau para fazer face às dificuldades da edição em língua portuguesa na Região e aumentar a distribuição no mundo lusófono foi hoje defendida no primeiro festival literário "Rota das Letras".
"Para conseguir superar todas as etapas - desde a produção de originais até à edição e posterior divulgação e distribuição - há necessidade de as editoras se juntarem, para que, como associação, possam não só solicitar apoios como pôr a funcionar para todos uma estrutura que cada um deles isoladamente não consegue", disse Rogério Beltrão Coelho, responsável da "Livros do Oriente".
Para o editor da casa com mais títulos publicados em Macau mas inativa desde 2006, "o facto de existirem editoras em português tem o mesmo objetivo ou a mesma razão da existência de jornais em língua portuguesa. É para servir uma comunidade e ao mesmo tempo para ser uma defesa da língua".
"Estamos a ensinar a língua, mas depois para cultivar a sua prática tem de haver publicações em português. Os jornais têm o apoio oficial; os livros não. Aquilo que se pretende é juntar os esforços de todas as editoras e arranjar formas de organizar estruturas de apoio a todas elas e conseguir apoios de forma a pôr essas estruturas e outras iniciativas a funcionar e possibilitar mais edições", explicou.
A distribuição de livros "o mais possível por todo o Mundo da língua portuguesa" é uma das metas do projeto.
"É a nossa ambição e é o que tem de ser feito porque se for só para Macau serão escassas centenas [de exemplares]. Pouco mais é preciso para o mercado de Macau [em língua portuguesa]", advogou Beltrão Coelho.
Por outro lado, a participação em feiras do livro internacionais importantes ficaria facilitada pela partilha de custos entre editoras, defendeu.
"Para ir à feira do Livro em Portugal, por exemplo, os encargos, se forem só para uma editora são insuportáveis, mas se for uma associação os custos são assumidos por esta e os benefícios vão para todas as editoras que a constituírem", salientou.
A ideia lançada durante o primeiro festival literário de Macau e foi bem acolhida, nomeadamente pelo responsável da também editora portuguesa "Livros do Meio", Carlos Morais José.
O também orador no painel "Os desafios de editar em Macau" aproveitou a oportunidade para anunciar um convénio com a editora brasileira Sésamo, através do qual a empresa brasileira publicará uma série de obras sobre a China e Ásia, numa coleção designada "Livros do Meio", com um mínimo de 3.000 cópias por livro.
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