Pela primeira vez na história de Angola alguns generais foram chamados à Procuradoria-geral da República, por alegadamente sob sua tutela se terem cometido crimes contra a humanidade na região diamantífera das Lundas.
A queixa foi apresentada há três meses pelo investigador e ativista dos direitos humanos angolano, Rafael Marques. Esta segunda-feira (05.02) dezenas de supostas vítimas estiveram na Procuradoria Geral da República, enquanto que os acusados não compareceram, como inicialmente tinha sido comunicado.
Uma das testemunhas que se deslocou do nordeste do país para responder a petição da Procuradoria Geral da República, mais precisamente sobre as denúncias feitas contra os generais, não esteve com meias medidas.
Ernesto aponta o dedo acusador aos generais: "Essas empresas diamantíferas, se não fossem de pessoas importantes, não teriam autonomia para tirar a vida de algumas pessoas. Eles fazem e desfazem porque sabem que têm alternativas".
Vítimas inconformadas
Os generais, alguns com imunidade, por estarem a exercer as suas funções, foram representados por advogados. A Direção Nacional de Investigação e Ação Penal da Procuradoria-geral da República começaram a ouvir, na manhã desta segunda feira (05.03), os depoimentos das vítimas de maus-tratos nas regiões diamantíferas das Lundas, alegadamente efetuadas por alguns agentes da empresa de segurança privada Teleservice e por alguns soldados das Forças Armadas Angolanas.
As vítimas, segundo a DW África apurou, terão sido garimpeiros angolanos e estrangeiros, pequenos comerciantes e mulheres. Uma delas conta: "tiram os órgãos genitais as senhoras que vão as lavras, eu sei disso. Este mês aconteceu um caso desses."
Esta convocatória da Direção Nacional de Investigação e Ação Penal da Procuradoria Geral da República surge três meses depois do ativista cívico Rafael Marques ter apresentado uma queixa crime contra os sócios da sociedade Lumanhe, de extração Mineira importação e exportação, e da Teleservice, empresas estas acusadas de estarem a semear o terror entre os garimpeiros e a população.
As vítimas, segundo a DW África apurou, terão sido garimpeiros angolanos e estrangeiros, pequenos comerciantes e mulheres. Uma delas conta: "tiram os órgãos genitais as senhoras que vão as lavras, eu sei disso. Este mês aconteceu um caso desses."
Esta convocatória da Direção Nacional de Investigação e Ação Penal da Procuradoria Geral da República surge três meses depois do ativista cívico Rafael Marques ter apresentado uma queixa crime contra os sócios da sociedade Lumanhe, de extração Mineira importação e exportação, e da Teleservice, empresas estas acusadas de estarem a semear o terror entre os garimpeiros e a população.
Outra testemunha desbafou a DW África: "Estamos aqui para denunciar o que estamos a sofrer, para ver se as autoridades tomam algumas medidas. Não podemos continuar a ser maltratados e mortos. E as matas do Cafofo já andam cercadas."
Importantes nomes por detrás do caso
De acordo com a queixa inédita em Luanda, dos sócios destas empresas constam nomes do Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar da presidência da República, o general Hélder Vieira Dias "Kopelipa", do general Alberto Hendrik da Silva, inspetor geral do Estado Maior General das Forças Armadas de Angola.
Há ainda o nome do atual governador de Benguela, o general Armando da Cruz Neto, do general João de Matos e do atual deputado do MPLA, o partido no poder, o general França “Ndalu”, também conhecido por “general dos generais”, devido a sua grande influência na classe castrense.
As vítimas apelam a rápida intervenção das autoridades para a averiguação dos factos no terreno. Incoformada, outra vítima apresenta a sua exigência: "Viemos cá para que as empresas assumam as responsabilidades. Fui espancado sem motivos, tenho cicatrizes no corpo."
Os generais acusados se fizeram representar por advogados, constituídos há mais de dois meses. Eles se recusaram a falar a imprensa.
Há ainda o nome do atual governador de Benguela, o general Armando da Cruz Neto, do general João de Matos e do atual deputado do MPLA, o partido no poder, o general França “Ndalu”, também conhecido por “general dos generais”, devido a sua grande influência na classe castrense.
As vítimas apelam a rápida intervenção das autoridades para a averiguação dos factos no terreno. Incoformada, outra vítima apresenta a sua exigência: "Viemos cá para que as empresas assumam as responsabilidades. Fui espancado sem motivos, tenho cicatrizes no corpo."
Os generais acusados se fizeram representar por advogados, constituídos há mais de dois meses. Eles se recusaram a falar a imprensa.
Os populares, esses, procuraram alguém que os represente junto do Ministério Público, devido a complexidade de algumas questões que os são colocados.
Autor: Manuel Vieira (Luanda) - Edição: Nádia Issufo/Helena Ferro de Gouveia
Autor: Manuel Vieira (Luanda) - Edição: Nádia Issufo/Helena Ferro de Gouveia
Sem comentários:
Enviar um comentário