segunda-feira, 12 de março de 2012

Cavaco diz que dever de informação de Sócrates era “transparente como a água”



Nuno Sá Lourenço - Público

O Presidente da República, Cavaco Silva, citou esta segunda-feira a Constituição da República Portuguesa para justificar as críticas que fez ao ex- primeiro-ministro, José Sócrates, no prefácio do livro Roteiros VI.

No final de uma visita a dois navios da Marinha, Cavaco Silva invocou o artigo 201 da Constituição: “O primeiro-ministro deve informar o Presidente da República de todas as iniciativas relevantes para a condução da política interna e externa do país.”

Cavaco rematou que esta obrigação era, aliás, “transparente como a água”.

Sobre a polémica que o texto suscitou, o Presidente atribuiu-a a “desinformação”, convidando os portugueses a ler o prefácio “na íntegra”. Recordou ainda ser prática de “todos os Presidentes” analisarem em livro “os aspectos mais relevantes do ano que passou”.

As declarações de Cavaco Silva surgiram após a condecoração com o grau de Membro Honorário da Ordem Militar de Cristo ao navio-escola “Sagres” e a visita à fragata “Côrte-Real”, que parte esta segunda-feira para o oceano Índico onde participará na Operação Atalanta, da União Europeia, que decorre ao largo da Somália.

O Presidente voltava assim à polémica que acendeu na quinta-feira quando escreveu, no prefácio da obra Roteiros VI, que José Sócrates teve para com ele “uma falta de lealdade institucional” que ficará registada na história da democracia, por não o ter informado previamente sobre o PEC IV.

Opinião Página Global

Cavaco Silva volta ao tema da passada quinta-feira sobre o ex-primeiro-ministro José Sócrates. Por mais razão que possa ter o que é facto é que não seria este o tempo e o modo de um PR competente e sensato demonstrar que não passa de um revanchista de alto calibre. Nem há memória de um PR em exercício evocar contrariedades e incorreções provocadas por um ex-PM no relacionamento com o PR. Recalcitrante, quase quadrilheiro, volta à carga em declarada demonstração de baixeza no exercício daquele cargo.

Cavaco continua a esgravatar a sua sepultura no cemitério dos piores políticos após 25 de Abril de 1974 – junto a Sócrates - e isso para a República Portuguesa está a tornar-se intolerável. Comporte-se e seja digno do cargo que ocupa, senhor Cavaco. Portugal está a ficar farto das suas gafes e das suas tricas mesquinhas e a destempo. No dizer de Passos Coelho este péssimo PR configura o dito “piegas”.

Uma boa solução seria demitir-se enquanto ainda lhe resta algum capital político. Se nos quatro anos de mandato que lhe falta assim continuar, tão mesquinho e sem noção dos timings e daquilo que um PR deve representar para todos os portugueses, vai mesmo à bancarrota. Demita-se, renuncie, senhor Cavaco! (Redação PG – CT)

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