sábado, 17 de março de 2012

FIM-DE-SEMANA DE ELEIÇÕES NA LUSOFONIA



Eugénio Costa Almeida* – Pululu*

Este fim-de-semana vai ser profícuo em eleições presidenciais na Lusofonia. Dois países, por razões diferentes vão a eleições presidenciais: Guiné-Bissau (antecipadas) e Timor-Leste.

Na Guiné-Bissau, devido à prematura ausência do anterior presidente – falecimento por doença e, uma vez mais, um Chefe de Estado Bissau-guineense não conseguiu acabar o seu mandato – tem no domingo o dia do acto eleitoral a que concorrem 10 candidatos, alguns dos quais, embora independentes, são membros do partido do poder, o PAIGC que, todavia, apresenta-se ao plebiscito através do seu primeiro-ministro carlos Gomes júnior que diz concorrer para evitar que os “outros” despejam o PAIGC da sua actual “cadeirinha”.

O acto eleitora de Bissau vai ser visto por algumas dezenas de observadores, nomeadamente, da Lusofonia que, novamente, colocou, tal como a União Europeia e a África do Sul (RAS) – a “briga” por uma certa África entre Angola e RAS até aqui se verifica – dinheiro para que o mesmo se realizasse.

Registe-se que estas eleições serão, também elas mais que a eleição de um novo Chefe de Estado o constatar da capacidade dos Bissau-guineenses em mostrar uma estabilidade política no País.

Já em Timor-Leste o acto ocorre no sábado e deve-se ao fim do mandato do seu actual e recandidato presidente José Ramos-Horta.

Uma campanha tranquila só assombrada pelo passamento físico, por doença, do primeiro presidente não-oficial (proclamou a independência de Timor em 1975) e também candidato Francisco Xavier do Amaral.

Além de Ramos-Horta são mais 11 os candidatos ao lugar que aquele, naturalmente, não deseja deixar já vago e mantém no espírito a ideia de continuar um novo mandato como prevê e autoriza a Constituição.

Todavia, registe-se que também em Timor-Leste a Constituição é reajustada conforme as vontades dos parlamentares e dos políticos.

A morte de Xavier do Amaral obrigou os parlamentares timorenses a reunirem-se de urgência para proceder a uma rápida alteração constitucional, para que as eleições não sofressem alteração. Recorde-se que, no início, a Magna Carta timorense obrigava a uma alteração da data eleitoral caso ocorresse, como aconteceu, a morte de um candidato.

Prevê-se uma eleição calma e sem problemas.

Assim esperamos que tal aconteça nos dois Estados onde as mesmas vão acontecer.

Seria uma boa lição para os seus vizinhos que estão, tal como terceiros, de olhos nas mesmas.

16.03.2012

Publicado no Notícias Lusófonas, "Manchete" de ontem

* Página de um lusofónico angolano-português, licenciado e mestre em Relações Internacionais e Doutorado em Ciências Sociais - ramo Relações Internacionais -; nele poderão aceder a ensaios académicos e artigos de opinião, relacionados com a actividade académica, social e associativa.

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