FP - Lusa
Bissau, 11 mar (Lusa) - Henrique Rosa, candidato a Presidente da Guiné-Bissau nas eleições de dia 18, quer um debate sobre a bandeira nacional, porque é "falta de respeito" a bandeira do país e de um partido serem iguais.
"A bandeira é importante, é um símbolo, mas a nossa bandeira é uma onde há um símbolo de um partido escrito, um candidato escrito. Afinal é a bandeira nacional, de um partido ou de um candidato?", questionou num comício em Mansoa, arredores de Bissau.
E acrescentou: eu não quero a nossa bandeira assim, nós queremos uma bandeira nacional. Temos de fazer uma opção clara, ou o PAIGC (partido que lutou contra o colonialismo e que está hoje no poder, apoiando o candidato Carlos Gomes Júnior) fica com a bandeira e arranjamos outra ou eles arranjam outra bandeira.
Para Henrique Rosa, é uma "falta de respeito" e "não é possível homens que querem ser presidentes tratarem assim um símbolo nacional".
Henrique Rosa fez hoje contactos com populações da região de Mansoa, onde ao fim da tarde fez um comício no qual lembrou as regiões por onde andou na primeira semana de campanha.
"Temos andado de tabanca em tabanca (lugares), setor a setor, para ouvir o povo onde ele está, o que lhe falta, o que deseja", porque "quero ser o Presidente da Guiné-Bissau, de todos os guineenses, e para ser Presidente tenho de saber como é que o povo vive, quais as suas dificuldades e canseiras", disse.
E depois contou que viu mulheres grávidas a serem levadas em carros de burro para o hospital, que viu uma mulher a quem lhe morreu o filho porque não passou nenhuma canoa na ilha onde vive que a levasse para um hospital. "Esta é a Guiné que temos", disse.
"Se gostamos da Guiné-Bissau, do povo da Guiné-Bissau, e se há muitas coisas que podemos resolver, em vez de comprarmos um carro podemos resolver. Podemos dar escola aos nossos meninos, dar boas condições para os hospitais, podemos fazer muitas coisas", afirmou Henrique Rosa no comício, perante uma assistência atenta e muito jovem.
E foi para os jovens que falou depois, dizendo que os vê por todo o país e que se pergunta que futuro terão. São rostos bonitos, com força, com energia, com sonhos, "mas que podem fazer? Que oportunidades lhes são dadas se não há formação? Quando os mais velhos morrerem a quem entregar a Guiné se não preparamos as pessoas?", perguntou.
Num país, disse, onde todos os dias se noticiam milhões que são dados ao governo e que continua "terra do fim do mundo", é preciso mudar, "sacudir o miserabilismo" e beneficiar da riqueza da terra. E a oportunidade, acrescentou, está no dia 18, o único dia em que o povo tem o poder.
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