Guiné-Bissau: Supremo Tribunal de Justiça encerrado e com segurança reforçada

FP – MB - Lusa

Bissau, 01 mar (Lusa) - O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Guiné-Bissau está hoje encerrado e com segurança policial reforçada, devido ao anúncio de uma marcha que ali devia terminar, que contudo está por realizar.

A marcha foi convocada por um grupo de partidos da oposição e deveria ter começado às 08:00 na chamada Chapa de Bissau, na estrada que liga o centro da cidade ao aeroporto, para terminar no STJ.

No local de início da marcha estão concentradas algumas dezenas de jovens, mas não são visíveis ainda líderes partidários. A Lusa contactou alguns dos dirigentes dos partidos da oposição mas todos remeteram mais informações para os outros dirigentes.

O ambiente na capital do país era tranquilo até às 11:00, apesar de aquando da convocação da marcha os partidos terem dito que não se responsabilizavam pelo que pudesse acontecer, o que indiciava que poderia haver distúrbios.

A marcha foi convocada pela chamada "Oposição Democrática da Guiné-Bissau", um coletivo de 15 partidos da oposição, para protestar pela candidatura de Carlos Gomes Júnior (primeiro-ministro e líder do PAIGC, maior partido), pelo não recenseamento dos jovens que ganharam capacidade eleitoral, e pela "forma fraudulenta como está a ser efetuada a atualização dos cadernos eleitorais".

A Guiné-Bissau tem eleições presidenciais marcadas para dia 18 de março, na sequência da morte, a 09 de janeiro, do Presidente Malam Bacai Sanhá. Todos os partidos na altura se manifestaram a favor da marcação das eleições no prazo legal: dentro de 60 dias após a morte do anterior Presidente.

Segundo os partidos do coletivo, o processo conducente às eleições presidenciais está cheio de ilegalidades, pelo que admitem "impedir" que a campanha eleitoral decorra "num clima de paz e serenidade".

Acusam Carlos Gomes Júnior de fazer campanha com meios do Estado, dizem que não há condições para umas eleições justas e transparentes, e condenam os juízes do Supremo Tribunal de Justiça por terem aceitado a candidatura de Gomes Júnior, que consideram inconstitucional.

Na quarta-feira, o representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau manifestou-se preocupado com a manifestação de hoje, criticando os partidos da oposição.

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