quarta-feira, 7 de março de 2012

Líderes dos EUA e de Israel discutem ação militar contra Irã



Deutsche Welle

Em Washington, Obama e premiê israelense, Netanyahu, reafirmaram ser contra armas nucleares iranianas. Possível ataque militar de Israel a instalações nucleares do Irã, contestado pelos EUA, permaneceu incerto.

Nesta segunda-feira (05/03) o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, assegurou ao presidente norte-americano, Barack Obama, ainda não ter tomado uma decisão sobre um possível ataque contra as instalações nucleares iranianas. Mas seu país teria o direito de agir militarmente, ressaltou o israelense em encontro na capital Washington.

Obama, por sua vez, falou a favor de conceder mais tempo às sanções impostas ao Irã e à diplomacia. Tanto os EUA quanto Israel querem impedir que o governo em Teerã possua armas nucleares. Mas o premiê israelense duvida que, na briga em torno do programa nuclear iraniano, ainda seja possível chegar a uma solução pacífica.

A reunião em Washington decorreu harmoniosamente após a breve troca de opiniões entre Obama e Netanyahu – sem falsos tons ou indiretas. O presidente norte-americano tentou reafirmar a amizade entre os dois países repetidamente. "O compromisso dos EUA com a segurança de Israel é sólido como uma rocha", disse Obama.

Netanyahu também proferiu palavras amistosas sobre o anfitrião do encontro. "Devemos permanecer unidos", afirmou, recebendo um aceno de cabeça de Obama. O chefe do governo israelense agradeceu a Obama por seu discurso do último domingo (04/03), no qual o presidente dos EUA falou diante do poderoso Comitê Americano-Israelense de Assuntos Públicos (Aipac, na sigla em inglês). Na ocasião, Obama reforçou que os EUA manteriam em aberto todas as possibilidades para impedir uma bomba atômica iraniana.

Dúvidas pós-encontro

O encontro desta segunda-feira não deixou claro se o governo israelense manterá seus planos de, em breve, atacar militarmente instalações atômicas no Irã. Sabe-se que, até o momento, o presidente norte-americano é estritamente contrário a uma ação militar.

É preciso aguardar os próximos meses para verificar os efeitos das sanções aprovadas contra o Irã, ressaltou Obama. O presidente não quer que seu país seja arrastado para uma nova guerra de maneira alguma. Durante a reunião com Netanyahu, Obama mencionou três vezes a palavra "democracia" ao se referir à relação com Teerã. Já o primeiro-ministro israelense falou principalmente em um inimigo comum.

"Quando se trata da segurança de Israel, Israel tem o direito soberano de tomar sua próprias decisões", declarou Netanyahu. "Continuamos acreditando que resoluções diplomáticas poderiam ter efeito, mas o regime iraniano também precisa avançar nessa direção. E isso não foi feito até agora", contestou Obama.

De acordo com fontes próximas ao presidente norte-americano, o político desaconselhou encarecidamente seu convidado israelense de atacar o Irã militarmente. Porém, a que custo Obama o fez, permanece incerto em Washington.

Se o líder dos EUA realmente tivesse conseguido conter, por ora, uma ação militar do governo israelense, Israel pediria algo em troca: que, posteriormente, os próprios norte-americanos agissem militarmente contra a estratégia nuclear iraniana, caso a diplomacia e as sanções não mostrassem efeito.

Autora: Sonila Sand (lpf) - Revisão: Carlos Albuquerque

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