quinta-feira, 1 de março de 2012

Luxemburgo injecta 55 mil contos em plano de implementação de energias renováveis



IMN – A Semana (cv)

O objectivo de Cabo Verde é que 50 por cento da energia consumida em 2020 seja renovável. Para isso, o Luxemburgo acaba de financiar o país com 55 mil contos para que os projectos neste sector possam definitivamente ser implementados. Para garantir a sustentabilidade do sector, o Luxemburgo está, igualmente, a construir uma escola profissional vocacionada para as energias renováveis.

Actualmente, Cabo Verde já “produz 35,5 Megawatts (28 Mw de eólica e 7,5 Mw de solar) de energias renováveis, ou seja, cerca de 30 por cento da energia que se consome no país. Quem o diz é o ministro do Turismo, Indústria e Energia, presente na assinatura, no final de tarde desta quarta-feira, 29, entre o Encarregado de Negócios do Luxemburgo e o ministro das Relações Exteriores.

Humberto Brito afirma ainda que, “só com este plano financiado pelo Luxemburgo é possível cumprir com os 50 por cento em 2020, porque assim poder-se-á aumentar a actual percentagem, tendo em conta que se perspectiva uma necessidade de 300 Mw, em 2017. Portanto é preciso continuar a implementar mais projectos”.

“Este estudo vai-nos permitir a implementação definitiva do plano estratégico, a forma como vai ser implementada, com que financiamentos vamos contar, como montar os projectos e que equilíbrios teremos de ter na sua implementação”, explica Humberto Brito.

“É um desafio para os nossos dois pequenos países que tentam sempre, na nossa cooperação, fazer à frente dos outros para demonstrar que também os pequenos países podem ter um impacto sobre políticas internacionais”, sublinhou o Encarregado de Negócios do Luxemburgo. Thierry Lippert disse que “hoje são as energias renováveis e Cabo Verde é pioneiro nesta matéria e acho que vai continuar neste sentido e o meu governo é muito feliz por poder meter a sua pequena pedra nesta estrada que estão a construir”.

O ministro das Relações Exteriores aproveitou a ocasião para agradecer ao Luxemburgo toda a ajuda que tem dado a Cabo Verde, através da cooperação bilateral, e defender ainda que “estes 55 milhões de escudos são de grande importância e significado”.

“Irá atenuar o peso das importações comerciais, mas também, e sobretudo, contribuir para o aumento dos rendimentos da população e a redução da pobreza, especialmente os mais desfavorecidos, uma vez que se deixa de depender tanto dos combustíveis fósseis”, defendeu Jorge Borges.

Luxemburgo constrói centro de formação profissional

“Já estamos a construir o primeiro centro de formação profissional para as energias renováveis, aqui na Praia, é o primeiro centro sobre energias renováveis em toda a região, que deve arrancar em 2013”, confirmou Thierry Lippert ao asemanaonline. “Tal como a Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde o objectivo é servir Cabo Verde e, no futuro, vir a servir esta região africana”, avançou o Encarregado de Negócios do Luxemburgo. Este futuro centro profissional fica, precisamente, na mesma zona da EHTCV, no Palmarejo Grande.

“Para termos 50 por cento de energias renováveis em 2020, temos a implementação do Cluster das Energias Renováveis que está, neste momento, a ganhar forma com a Escola Profissional de Energias Renováveis e vai avançar com um programa extremamente interessante de doutoramentos para quadros cabo-verdianos e que visam garantir a futura sustentabilidade em termos de conhecimento para o futuro do país”, afirmou o ministro que tutela a Energia.

Humberto Brito diz que o país, no que diz respeito a este sector, “quer ser um centro produtor mas também quer ser exportador, quer de conhecimentos, quer de equipamentos ligados à produção de energias renováveis”.

Sem comentários:

Mais lidas da semana