Público - Lusa
Francisco Xavier do Amaral, antigo Presidente de Timor-Leste, morreu nesta terça-feira, aos 75 anos. Foi ele quem proclamou a independência, a 28 de Novembro de 1975, refugiando-se nove dias depois na montanha, quando a Indonésia invadiu o território.
“A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente decreta e eu proclamo unilateralmente a independência”, disse Francisco Xavier do Amaral, há quase 37 anos. O antigo Presidente tinha sido internado na semana passada num hospital em Díli, onde viria a morrer de cancro – o funeral deverá realizar-se na quinta-feira.
Nascido em 1937 em Turiscai, Same, no distrito de Manufai, Francisco Xavier do Amaral era o mais novo de seis irmãos. Casou e teve dois filhos, que morreram na luta pela restauração da independência do país.
O primeiro chefe de Estado timorense foi fundador e presidente da Associação Social-Democrática Timorense (ASDT), que se tornou mais tarde na Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin).
Acusado de traição pelos seus companheiros, Francisco Xavier do Amaral foi capturado em 1978 pelos militares indonésios e mantido com termo de residência durante 22 anos na Indonésia. Depois da restauração da independência, a 20 de Maio de 2002, o antigo Presidente regressou a Timor-Leste e, apesar de reabilitado pela Fretilin, decide refundar o seu próprio partido ASDT.
Apoio a outro candidato
Nas eleições parlamentares de 2007, apresentou-se a escrutínio em coligação com o Partido Social Democrata, conseguindo 11 lugares no Parlamento timorense. Francisco Xavier do Amaral candidatou-se às presidenciais de 2002 ganhas por Xanana Gusmão e às de 2007 que deram a vitória ao actual chefe de Estado, José Ramos-Horta.
O representante da candidatura de Francisco Xavier do Amaral às eleições presidenciais de 17 de Março disse à Lusa que vai agora apoiar outro candidato, mas ainda não sabem quem. “Estamos a pensar dar voto de confiança, mas ainda não decidimos a que candidato”, afirmou Arlindo Marçal, representante da candidatura.
Com a morte de Francisco Xavier do Amaral, o Conselho de Estado de Timor-Leste, órgão consultivo do Presidente, perde o segundo elemento em menos de um mês – o também conselheiro João Carrascalão morreu no passado mês de Fevereiro.
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