sexta-feira, 23 de março de 2012

PALOP e Teodoro Obiang confiantes de que a Guiné Equatorial vai ser membro da CPLP



Abel Veiga – Téla Nón, com foto

Os países africanos de expressão portuguesa, realizaram uma reunião com a Guiné Equatorial em Addis Abeba-Etiópia a margem da cimeira da União Aficana, para garantir que o país de língua oficial espanhola, será reconhecido como membro da CPLP, na próxima cimeira da organização lusófona. Anúncio feito pelo Chefe de Estado da Guiné Equatorial.

Segundo o Presidente da Guine Equatorial, o seu país decidiu solicitar a adesão a CPLP, por razões geopolíticas. A Guiné Equatorial, com quase 1 milhão de habitantes, rica em petróleo sendo actualmente o terceiro maior produtor de ouro negro da África subsaariana, é o único país do continente que tem Espanhol como língua oficial. «É uma barreira, sentimo-nos isolados. Por isso, pensamos em quebrar esta barreira unindo aos outros irmãos. É assim que a Guiné Equatorial é também membro da francofonia. Estamos também a trabalhar para ver se a Guiné Equatorial entre para a comunidade anglófona», afirmou Teodoro Obiang N´Guema, numa conferência de imprensa, dada no aeroporto da cidade de Bata no passado dia 7 de Março.

Mais de 4 anos depois de solicitar adesão à CPLP, Teodoro Obiang N´Guema, ficou decepcionado com o fracasso da cimeira dos Chefes de Estados da CPLP realizada em Luanda no ano passado. Segundo o Presidente da Guiné Equatorial, tudo apontava para o ingresso do seu país na comunidade lusófona, ma a última hora, fracassou. «Contava-mos ser integrados como membros naquela reunião. Mas houve um contratempo de última hora. Acho que cabe aos países membros explicarem porque é que a Guiné Equatorial não foi admitida naquela reunião. Creio que foi por certas forças externas à CPLP, que não queriam que a Guiné Equatorial fosse admitida como Estado membro da organização», frisou o Chefe de Estado da Guiné Equatorial.

Na conferência de Imprensa em que os jornalistas foram limitados a apenas duas perguntas, ou seja, 1 jornalista da Guiné Equatorial deveria colocar uma pergunta ao Presidente de São Tomé e Príncipe, e 1 jornalista de São Tomé e Príncipe deveria colocar apenas uma questão, ao Presidente da Guiné Equatorial, não foi possível a imprensa e ao Chefe de Estado equato-guiniense aprofundarem a conversa em torno do respeito pelos direitos humanos, na Guiné Equatorial, que por sinal é a grande questão levantada por grupos da sociedade civil baseada em Portugal, que contestam a entrada na CPLP do país mais rico de África em termos do rendimento per capita.

Mas Teodoro Obiang N´Guema Basogo, está confiante de que na próxima cimeira dos Chefes de Estados da CPLP, o seu país vai ser reconhecido como membro de pleno direito da comunidade lusófona. Passos estão a ser dados com vista a introdução do ensino da língua portuguesa nas escolas guinienses.

A confiança do Presidente Obiang, é alimentada pelos países africanos de expressão portuguesa, que na recente cimeira da União Africana em Addis Abeba, reuniram-se a margem da cimeira com a Guiné Equatorial, para garantir que vai ser membro da CPLP. «Todos os países africanos membros da CPLP, realizaram uma reunião e decidiram que a Guiné Equatorial deverá entrar como membro na próxima cimeira. No entanto disseram que agora tem-se que sensibilizar Portugal e Brasil. Mas sei que não há problema com o Brasil», declarou o Chefe de Estado da Guiné Equatorial.

Portugal é segundo Teodoro Obiang N´Guema Basogo, a única grande barreira a ser ultrapassada. «Então ter-se-á que sensibilizar a Portugal porque terá sido o país que criou barreiras, e desta vez esperamos que Portugal não se oponha ao ingresso da Guiné Equatorial à Organização dos Países de língua portuguesa. Estou seguro que foram ultrapassados todos os obstáculos que impediam a entrada da Guiné Equatorial nessa organização», concluiu, o Presidente da Guiné Equatorial.

São Tomé e Príncipe faz parte dos países que apoiam a integração da Guiné Equatorial na CPLP. Manuel Pinto da Costa Presidente da República, confirmou isso mesmo ao seu homólogo. O Chefe de Estado recordou que o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe foi fundado na Guiné Equatorial em 1972.

Pinto da Costa, que presidiu o movimento, disse que já naquela altura sentia-se em casa. «No mesmo dia da minha chegada, a impressão com que fiquei no contacto com os guineenses, é que de facto eu estava no meu país, tendo em conta os sentimentos de irmandade. Já naquela altura a Guiné Equatorial preenchia as condições para pertencer a família da CPLP, a que eu pertenço. De forma que sempre serei advogado da Guiné Equatorial, mas um advogado que não precisa ser pago, porque a Guiné Equatorial merece efectivamente pertencer a família da CPLP», assegurou Pinto da Costa.

40 minutos de avião separam São Tomé e Malabo, capital da Guiné Equatorial.

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